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Silva, que é servidor de carreira da Receita, também  informou que saiu de férias. | /Secretaria da Fazenda
Silva, que é servidor de carreira da Receita, também informou que saiu de férias.| Foto: /Secretaria da Fazenda

O coordenador da Receita Estadual do Paraná, José Aparecido Valêncio da Silva, informou nesta quarta-feira (20), por meio de uma nota assinada por seus advogados, que pediu exoneração da função para demonstrar isenção diante das investigações da Operação Publicano, que apura suspeitas de corrupção no Fisco do estado. Ele estava no cargo desde 1.º de julho do ano passado. Silva, que é servidor de carreira da Receita, também informou que saiu de férias.

Depoimento de auditor no caso de crime sexual é adiado

Foi adiado nesta quarta-feira (20) o primeiro depoimento sobre o caso de crime sexual do auditor da Receita Estadual Luiz Antônio de Souza após ele ter se tornado réu colaborador. Ele é acusado de pagar por programas sexuais com adolescentes. Souza deveria ser interrogado pela juíza Zilda Romero, da 6ª Vara Criminal de Londrina, no processo em que é acusado de manter relações sexuais com uma menina de 15 anos. O auditor foi preso em flagrante em janeiro deste ano, dentro de um motel, junto com a vítima. Tinha R$ 20 mil no carro e prometeu pagar até R$ 2,5 mil pelo programa com a garota. Além do caso de exploração sexual de adolescentes, o auditor é investigado pelo caso de pagamento de propina na Delegacia da Receita Estadual de Londrina.

A nota da defesa de Silva diz ainda que ele desconhece o conteúdo da investigação criminal, “o que o impede, no presente momento, de receber individual e pontualmente as menções indevidas ao seu nome”, fazendo referência ao acordo de delação premiada fechado entre o Ministério Público (MP) e o auditor Luiz Antônio de Souza, que foi inspetor de fiscalização na Delegacia da Receita de Londrina e está entre os presos pela Operação Publicano.

Os advogados de Silva escrevem que ele repudia “qualquer alegação de participação sua em fatos ilícitos relacionados à sua conduta” na Receita. Ressaltam ainda que, para demonstrar que não irá cometer ingerência ou atrapalhar a investigação, Silva decidiu deixar o cargo. A nota informa também que a defesa do ex-coordenador vai tentar responsabilizar judicialmente quem tentar vincular seu nome ao caso.

A reportagem tentou contato com a coordenação da Receita Estadual do Paraná, mas ninguém atendeu às ligações.

Delação premiada

Até agora, 62 pessoas foram denunciadas à Justiça pelo esquema de recolhimento de propina investigado pela Operação Publicano. O auditor Luiz Antônio de Souza firmou acordo de delação premiada e está colaborando com as investigações do Gaeco, braço policial do MP.

Segundo o advogado dele, Eduardo Duarte Ferreira, Souza citou nos depoimentos que 10% da propina tinha Curitiba como destino. Os destinatários seriam superiores hierárquicos dos auditores.

Souza teria dito ainda ao Ministério Público que a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB) recebeu R$ 2 milhões de dinheiro obtido ilicitamente. O PSDB nega a acusação.

Auditores fiscais investigados fizeram doações eleitorais a Richa e a 2 deputados

  • londrina

Auditores fiscais que são réus na Operação Publicano fizeram doações oficiais para campanhas eleitorais do ano passado. Nas prestações de contas à Justiça Eleitoral aparecem doações dos investigados para o governador Beto Richa (PSDB), para o deputado estadual Tiago Amaral (PSB) e para o deputado federal Marcelo Belinati (PP).

Essa foi uma das informações prestadas pelo auditor fiscal preso Luiz Antônio de Souza, no acordo de delação premiada que firmou como Ministério Público, de acordo com o advogado dele, Eduardo Duarte Ferreira. Richa foi o maior beneficiário. A campanha dele recebeu R$ 23 mil de nove auditores e de Daniela Feijó, mulher de Souza. O governador recebeu R$ 10 mil de Márcio de Albuquerque Lima, considerado o líder do esquema, e da mulher dele, Ana Paula Lima. O restante veio de Rosângela Semprebom, Marco Antônio Bueno, Ranulfo Dagmar Mendes, Iris Mendes da Silva, Miguel Arcanjo Dias, José Luiz Favoretto e Dalton Lázaro Soares.

Tiago Amaral recebeu R$ 8.150 em dois cheques da Masterinvest Service, empresa que, segundo o Gaeco, é ligada a Souza e que teria sido usada no esquema. Marcelo Belinati recebeu R$ 5,3 mil em duas transferências eletrônicas, uma de Orlando Aranda, no valor de R$ 2,7 mil, e outra de Ricardo de Freitas, de R$ 2,6 mil. “A associação de fiscais arrecadava e repassava os recursos para os candidatos listados”, explicou Ferreira, com base nos depoimentos de Souza. Para os candidatos, não há irregularidade alguma, pois os valores foram informados à Justiça Eleitoral.

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