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Henrique Eduardo Alves  (PMDB-RN) | Thamyres Ferreira/MTur
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)| Foto: Thamyres Ferreira/MTur

O ministro do Turismo do governo interino, Henrique Eduardo Alves, pediu demissão na tarde desta quinta-feira (16). Alves foi um dos políticos do PMDB citados como beneficiários de propina pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que fechou acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

Com esta saída, Michel Temer, que assumiu a Presidência interinamente após o afastamento de Dilma Rousseff, perdeu três ministros em pouco mais de um mês de administração. Os outros dois foram Romero Jucá, do Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência, ambos gravados por Machado em conversas onde discutiam medidas para frear os avanços da Lava Jato.

Pedido de demissão de Alves pode ser indício de que há mais denúncias contra ele

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Alves já estava na mira do governo por conta do acúmulo de notícias negativas contra o peemedebista e interlocutores do presidente interino já pressionavam pela sua saída, alegando que a permanência dele no cargo contrariava a fala de Temer de que, surgindo denúncias, a autoridade atingida deveria pedir demissão.

As denúncias de Sérgio Machado, no entanto, atingem grande parte da cúpula do PMDB e até o presidente Temer que, mais cedo, convocou a imprensa para rebater as denúncias e acusá-las de criminosas, mentirosas e irresponsáveis. Temer, que está “muito irritado” com as acusações, chegou a dizer que “alguém que teria cometido aquele delito irresponsável que o cidadão Machado apontou não teria até condições de presidir o país”.

A saída de Henrique Alves serve como uma espécie de válvula de escape para o presidente interino, que estava sendo alvo de críticas por manter o ministro do Turismo no cargo. Com isso, seria uma espécie de “vão-se os anéis e ficam os dedos”.

Machado relatou busca “insistente” por doações

No acordo de delação premiada, Sérgio Machado disse que intermediou o pagamento de R$ 1,55 milhão para Henrique Eduardo Alves. Segundo ele, o dinheiro teve como origem contratos entre a Queiroz Galvão e e Galvão Engenharia com a Transpetro.

Durante um determinado período, Henrique Eduardo Alves fez lobby para a Transpetro contratar determinadas empresas de tecnologia e serviço, mas os negócios não avançaram. Pelo relato, o ministro era insistente na busca de doações. “Ele (Henrique Eduardo Alves) ligava diversas vezes para a Transpetro e o depoente ligou algumas vezes para ele”, disse Machado.

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Saída repercute na comissão do impeachment

A demissão do ministro foi mencionada de imediato na comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment nesta quinta-feira. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi quem trouxe o tema ao ler uma notícia sobre a queda de Alves, minutos após o anúncio. Um dos principais aliados do presidente interino Michel Temer, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) reagiu.

“Esse é um governo que os ministros se demitem. Não ficam se escondendo na saia de ninguém”, afirmou. “Eles não tem é escolha diante da gravidade das denúncias”, rebateu Gleisi.

“Vamos parar de falar em corda em casa de enforcado”, disparou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), lembrando que há integrantes da oposição investigados na Operação Lava-Jato.

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