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delação de delcídio

CNJ recebe provas de delação da Lava Jato que cita ministro do STJ

Marcelo Navarro Ribeiro Dantas foi implicado pelo senador Delcídio do Amaral em sua delação premiada e também por seu ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira

Senador Delcídio do Amaral fez delação que implica ministro do STJ Marcelo Navarro Ribeiro Dantas | EVARISTO SA/AFP
Senador Delcídio do Amaral fez delação que implica ministro do STJ Marcelo Navarro Ribeiro Dantas (Foto: EVARISTO SA/AFP)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou o compartilhamento de delações da Operação Lava Jato com a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), que vai avaliar se abre um procedimento administrativo disciplinar contra o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Navarro Ribeiro Dantas.

O ministro foi implicado pelo senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) em sua delação premiada e também por seu ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira. Segundo Delcídio, Ribeiro Dantas foi indicado para o STJ em uma estratégia montada pelo governo para garantir a soltura de grandes empreiteiros.

No STJ, o ministro se manifestou a favor da liberação de executivos da Andrade Gutierrez, mas ficou isolado, uma vez que o tribunal manteve a prisão preventiva.

O pedido de compartilhamento foi solicitado pela ministra Nancy Andrighi, corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Ao STF, a ministra afirmou que é preciso aprofundar dados sobre eventual envolvimento do ministro.

“Tendo em vista a necessidade de aprofundamento na análise de informações veiculadas na imprensa, a respeito do possível envolvimento do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça, nos fatos investigados na denominada Operação Lava Jato, solicito a Vossa Excelência o compartilhamento das provas pertinentes, para posterior deliberação da Corregedoria Nacional de Justiça sobre eventual instauração de procedimento administrativo disciplinar”, disse a ministra.

Teori autorizou o envio de provas e citou que há três procedimentos que fazem referência ao ministro. Além das duas delações, uma petição que está em análise preliminar na Procuradoria-Geral da República, que vai decidir se pede abertura de inquérito.

Em sua delação, Delcídio disse que a nomeação de Ribeiro Dantas, “seria relevante para o governo, pois o nomeado entraria na vaga detentora de prevenção para julgamento de todos os habeas corpus e recursos da Operação Lava Jato no STJ”.

O parlamentar contou que conversou com a presidente Dilma Rousseff nos jardins do Palácio da Alvorada, quando ela teria pedido que ele conversasse com Dantas para tratar da trama.

A delação afirma que Delcídio e Dantas se encontraram no Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera. O parlamentar disse que o então desembargador ratificou seu compromisso.

Outro lado

Em nota, o ministro do STJ tem reiterado que jamais participou de nenhum acerto para ser indicado ao cargo.

“Na época em que postulei ingresso no Superior Tribunal de Justiça estive, como é de praxe, com inúmeras autoridades dos três Poderes da República, inclusive com o referido parlamentar, que era então o líder do governo no Senado. Jamais, porém, com nenhuma delas tive conversa do teor apontado nessa matéria”, disse.

“Os contatos que mantive foram para me apresentar e expor minha trajetória profissional [...]. Nunca me comprometi a nada, se viesse a ser indicado. Minha conduta como relator do caso conhecido como Lava Jato o comprova: em mais de duas dezenas de processos dali decorrentes, não concedi sequer um habeas corpus monocraticamente, quando poderia tê-lo feito”, afirmou.

O texto diz ainda que o ministro se posicionou pela concessão da soltura em apenas seis processos “com base em fundamentação absolutamente jurídica”.

“Tenho a consciência limpa e uma história de vida que fala por mim”, disse.

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