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Em reunião do Fórum Pró SUS, promovida nesta semana pelo Conselho Federal de Medicina, o representante do Ministério Público Estadual, promotor Marco Antonio Teixeira, aconselhou a prefeitura de Curitiba a entrar na Justiça para receber quase R$ 70 milhões do SUS que o Ministério da Saúde deve ao município desde 2013. A sugestão está sendo analisada pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Procuradoria-Geral do Município.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Curitiba, Adilson Tremura, apoia a sugestão do MP, mas há quem defenda que, antes da medida radical, se dê primeiro um voto de confiança ao novo ministro da Saúde, o deputado paranaense Ricardo Barros, que acaba de assumir a pasta.

Os apaziguadores confiam ser possível resolver a pendência politicamente, principalmente em razão do fato de a filha do ministro, a deputada Maria Victoria (PP), ter seu nome citado como candidata a prefeita na eleição deste ano.

A verba se destina a pagar contas penduradas em hospitais conveniados do SUS, dentre os quais a Santa Casa, o Pequeno Príncipe e o Evangélico – que, além de disponibilizar leitos de UTI, respondem por grande número de cirurgias eletivas e atendimentos ambulatoriais. Estão incluídos também entre os credores algumas clínicas particulares e laboratórios de análises.

Só em cirurgias eletivas realizadas no ano passado, os hospitais acumularam créditos de R$ 8,5 milhões, mas o Ministério da Saúde repassou apenas R$ 3,9 milhões. O orçamento da administração direta do município teve de complementar o valor, embora a responsabilidade pelo pagamento seja do SUS, administrado pelo governo federal.

Os hospitais são filantrópicos e sobrevivem debaixo de situações críticas. Têm dívidas com seus fornecedores e, para não paralisar o atendimento, obrigam-se a recorrer a grandes e custosos empréstimos bancários. Se não receberem o que têm direito, a tendência é piorar o atendimento à população que enfrenta fila para curar seus males.

oLHO VIVO

Eles acreditam? 1

Chega a ser engraçado o desfile de programas e anúncios da propaganda eleitoral obrigatória nas emissoras de televisão. Grandes e pequenos partidos, inexpressivos políticos e conhecidíssimos envolvidos e delatados na Lava Jato se sucedem na telinha com discursos completamente dissociados da realidade vivida pelos eleitores. Falam em honestidade e desfiam promessas com pose de salvadores da pátria. Apresentam seus partidos como capazes de transformá-la numa terra limpa da corrupção e pronta para uma nova era de prosperidade.

Eles acreditam? 2

Sofrem do que a Psicologia define como “dissonância cognitiva” – uma síndrome de incoerência entre as atitudes ou comportamentos que acreditam com o que realmente praticam. A dúvida que fica é se eles realmente acreditam no que dizem. Pior: se de fato acham que os ouvintes/telespectadores acreditam no que eles dizem.

Eles acreditam? 3

De evidente nesses dias históricos pelos quais passa o Brasil, em que a sujeira vem à tona com todo o seu mau-cheiro, é o fenômeno de generalizada crise de desilusão, descrença e apatia já detectado pelas pesquisas. Esse estado de espírito coletivo deve se expressar com mais clareza nas eleições municipais de outubro. Analistas preveem elevados índices de votos em branco ou nulos – quando não, o que é muito pior, o crescimento de candidaturas que beiram o ridículo, outra forma de manifestar a insatisfação contra “tudo o que aí está”.

Eles acreditam? 4

O efeito é péssimo: desse jeito, o nível de qualidade da representação popular nas prefeituras e câmaras só tende a cair, advertem os analistas.

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