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A notícia a seguir é um convite aberto ao óbvio desmentido dos protagonistas direta ou indiretamente nela citados: o secretário da Segurança, Reinaldo de Almeida Cesar, esteve inclinado a pedir exoneração do cargo ao governador Beto Richa depois da decisão do Tribunal de Contas que impugnou a licitação de R$ 136 milhões para compra de 1.255 viaturas e equipamentos de comunicação para a frota policial. Mudou de ideia após o entusiasmo que tomou conta de todos durante a instalação, nesta semana, de Unidades do Paraná Seguro (UPS) na CIC, bairro que concentra o mais alto índice de violência da capital.

A alegada insatisfação do secretário – referida à coluna por assessores que lhe são próximos – não seria propriamente com o Tribunal de Contas, que apontou supostas irregularidades no processo licitatório e cancelou tudo na véspera da abertura das propostas, na sexta-feira 13. Elaborado pela Secretaria da Administração, nem a Secretaria da Segurança nem a Polícia Militar teriam sido suficientemente ouvidas para opinar a respeito dos termos do edital publicado. E daí deu no que deu.

O TC entendeu que a licitação limitava a participação de concorrentes a apenas alguns fabricantes de veículos e de equipamentos de informática e radiocomunicação, ensejando a suspeita de possível direcionamento. Exigia também que os veículos fossem entregues pelas montadoras já com os acessórios de comunicação, em vez de licitar tais acessórios separadamente. Além disso, as definições quanto a modelos e tecnologias não seriam as mais apropriadas nem as mais compatíveis para atender às necessidades das polícias. Mesmo sem culpa, o secretário Almeida Cesar teria se sentido desgastado com o episódio, disseram as fontes.

Aquisições de viaturas e equipamentos para a modernização do aparato de segurança tornaram-se, no entanto, muito urgentes. Urgência agora prejudicada pela impugnação da concorrência, que pode importar em demorado processo de reformulação dos termos do edital para atender a recomendações do Tribunal de Contas.

A urgência se caracteriza, entre outros motivos, pelo fato de que, apesar da prioridade anunciada pelo governo para melhorar a segurança pública no estado, nos últimos 18 meses nenhuma nova viatura foi adquirida. Isto apesar da disponibilidade de recursos referentes aos anos de 2011 e 2012.

Olho vivo

Sumiram 1

O prefeito da Lapa, Paulo Furiatti (PMDB), anda intrigado com um problema que vem ocorrendo em sua cidade e em municípios vizinhos: segurados do SUS que precisam agendar consultas médicas com especialistas vêm enfrentando neste ano dificuldades nunca dantes observadas. No caso da Lapa, no último semestre do ano passado foram marcadas 6.145 consultas, ao passo que em 2012 apenas 1.901 pacientes conseguiram a façanha de marcar uma visita ao especialista.

Sumiram 2

Segundo Furiatti, a saúde de seu povo não melhorou tão fantasticamente de um ano para o outro e, portanto, calcula que pelo menos 4.200 lapianos com recomendação clínica para consultar especialistas estão a ver navios ou pagando médicos particulares. Situação parecida se repete em outros municípios da região metropolitana, como Fazenda Rio Grande, Quitandinha e Campo do Tenente.

Sumiram 3

Os prefeitos dessas cidades fazem uma observação curiosa: como o sistema de marcação de consultas é centralizado na prefeitura de Curitiba, desconfiam de que os curitibanos neste ano de eleição estão sendo privilegiados. Para não parecerem politicamente incorretos na interpretação, Furiatti se faz de porta-voz dos colegas e apenas pergunta: para onde estão indo as vagas de consultas que sumiram?

Tempos

Após calcular o "efeito PSD", que ganhou o direito de participar do horário gratuito de propaganda eleitoral tirando nacos do tempo de outros partidos, já se considera que a Justiça Eleitoral assim distribuirá os espaços correspondentes a cada candidato a prefeito de Curitiba, em números redondos: Luciano Ducci (PSB), 12 minutos; Gustavo Fruet (PDT), 6; Ratinho Jr. (PSC)., 4; Rafael Greca (PMDB), 4. Os quatro candidatos nanicos ficarão com pouco mais de um minuto cada um.

Coerência

Levantamento do jornal O Estado de São Paulo indica que, em todo o Brasil, o PSDB apoia a eleição de 188 candidatos a prefeito lançados pelo PT, e o PT, em contrapartida, apoia 155 tucanos. Aliança mais forte do PT, no entanto é com o PSB – que em Curitiba é apoiado pelo PSDB. Vá entender.

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