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O primeiro duelo dos grupos políticos que pretendem suceder o governador Beto Richa (PSDB) está marcado para daqui a dois dias. Na quarta-feira (25), os deputados federais Ricardo Barros (PP) e João Arruda (PMDB) vão se enfrentar na disputa pela coordenação da bancada federal paranaense. Será o momento de medir quem começa a caminhada rumo a 2018 ao lado de quem.

Ex-secretário de Indústria e Comércio durante a primeira gestão Richa, atual vice-líder do governo Dilma na Câmara, Barros representa a candidatura da esposa, a vice-governadora Cida Borghetti (Pros). Arruda é o nome que, curiosamente, contenta os senadores Alvaro Dias (PSDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB). Elegê-lo coordenador significa, para o trio, evitar que a família Barros ganhe espaço.

Preto no branco, o cargo em disputa é mais simbólico que poderoso. De prático, cabe ao coordenador acompanhar o andamento das emendas de bancada, cuja execução foi praticamente nula ao longo dos últimos cinco orçamentos. Politicamente, no entanto, ele age como interlocutor do grupo de 33 congressistas do Paraná com os governos estadual e federal.

O posto é interessante pelo “combo” que Ricardo tenta montar. Além de marido de Cida, ele é irmão do secretário estadual de Planejamento, Silvio Barros. E está muito próximo de ser escolhido relator-geral do orçamento da União de 2016.

Nos corredores

Bate-chapa tucano

A disputa pelo comando da direção estadual do PSDB vai envolver dois parlamentares – o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, e o deputado federal Alfredo Kaefer. A escolha do novo presidente está prevista para maio.

Rossoni fora

O atual presidente do PSDB paranaense, Valdir Rossoni, confirmou à coluna que está fora da disputa. “Se for para continuar do jeito que está, dando mais força para outros partidos que para nós mesmos, não dá”, disse o deputado federal, que cobra mais participação do partido no primeiro escalão de Richa.

Festa evangélica

O deputado federal Hidekazu Takayama (PSC) demonstrou prestígio ao levar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao culto pelos seus 50 anos de militância na Assembleia de Deus, quinta-feira passada (19). Cunha acaba de trocar a igreja Sara Nossa Terra pela Assembleia.

Quem liga os pontos chega à conclusão de que Ricardo teria a faca e o queijo nas mãos para agir como intermediário de uma série de projetos que levariam recursos para o estado, em tempos de vacas magérrimas. Ele faria o meio de campo entre Curitiba e Brasília, Silvio capricharia nos projetos e Cida posaria para as fotos como mãe das obras. Em menor proporção, a fórmula já funcionou quando Silvio era prefeito de Maringá.

Se tudo der certo, a família funcionaria como uma fonte de boas notícias em meio a uma gestão afundada em problemas financeiros. Seria bom para os Barros e bom para Richa. O governador, no entanto, ainda não tomou partido na confusão (segundo fontes, nem estaria disposto a tomar).

Do outro lado, uma vitória de Arruda imporia um constrangimento tanto a Richa quanto a Barros. Dois campos sairiam fortalecidos, PT-PMDB e a ala tucana ligada a Alvaro Dias. Não é à toa que os três senadores vão participar da votação – os prognósticos indicam que, se dependesse apenas dos 30 deputados, o resultado seria um empate.

Por último, ganhou força uma corrente que defende que Arruda e Ricardo saiam do páreo em favor de Edmar Arruda (PSC). A costura estaria sendo conduzida por Alex Canziani (PTB), mas o sucesso é improvável. Ainda assim, o significado político seria igualmente grande – o PSC é o partido do também pré-candidato a governador Ratinho Júnior.

Em qualquer das hipóteses, os movimentos indicam um descolamento em relação a Richa. Com menos de três meses de mandato, a perda de prestígio é um fenômeno político similar ao que acometeu o antecessor, Requião. Para quem não lembra, Requião conseguiu a proeza de chegar às eleições de 2010 sem construir um nome viável para sucedê-lo e viu-se forçado à desastrada manobra de apoiar Osmar Dias (PDT). Como resultado, quase não se elegeu senador.

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