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Novo tesoureiro recebeu doação de investigada na Lava Jato. | Alexandra Martins/Câmara
Novo tesoureiro recebeu doação de investigada na Lava Jato.| Foto: Alexandra Martins/Câmara

O Diretório Nacional do PT divulgou nesta sexta-feira (17) uma resolução política em que suspende o recebimento de doações de empresas privadas ao partido. A decisão vale imediatamente e será oficializada em junho, quando acontece o congresso do partido, na Bahia. “Ao mesmo tempo que lutamos pelo fim do financiamento empresarial, decidimos que os Diretório Nacional, estaduais e municipais não mais receberão doações de empresas privadas, devendo essa decisão ser detalhada, regulamentada e referendada pelos delegados (as) no 5.º Congresso Nacional do PT”, diz o documento oficial da sigla divulgado nesta sexta.

Substituto de Vaccari recebeu doação de alvo da Lava Jato

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Escolhido nesta sexta (17) por unanimidade como novo tesoureiro do PT, o ex-deputado federal Marcio Macedo (SE) recebeu uma doação R$ 95 mil realizada pela empreiteira Andrade Gutierrez na eleição de 2014. A empresa se tornou alvo da Operação Lava Jato. O valor corresponde a quase 20% dos recursos que a campanha de Macedo arrecadou, R$ 493 mil no total. O repasse foi feito via Diretório Nacional do PT, cujo responsável pelas finanças era, até ser preso esta semana pela Lava Jato, João Vaccari Neto.

Eleito deputado federal pela primeira vez em 2010 com 58.782 votos – número expressivo para o estado –, após ter sido secretário do ex-governador Marcelo Déda, que morreu em dezembro de 2013, Macedo, contudo, não conseguiu se reeleger ano passado. Obteve 40.814 votos, ficando na suplência para a Câmara.

A Andrade Gutierrez aparece nas delações premiadas obtidas pela Polícia Federal como uma das construtoras que se envolveram no esquema de corrupção da Petrobras. Em uma das delações, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa listou a Andrade junto com outras três construtoras como responsáveis pela doação de R$ 21 milhões ao PT em 2013. Segundo Costa, o repasse ao partido seria propina paga por contratos obtidos em obras na Petrobras. A empreiteira é uma das construtoras alvo de processos administrativos abertos pela Controladoria-Geral da União em razão das investigações da Lava Jato.

Enfrentamento

O vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), afirmou que a doação não é “problema” para a chegada do novo tesoureiro do partido. “Isso [a doação da construtora] não é problema nenhum. Daqui a pouco vão dizer que doação legal é crime? Qual deputado não recebeu recurso legal de alguma dessas empresas [da Operação Lava Jato]?”, disse.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, explicou que no início de maio o partido lançará um programa para “estimular contribuições de pessoas físicas”.

Via e-mail e whatsapp (aplicativo de troca de mensagens), o PT vai “convidar” filiados e simpatizantes a fazer doações de R$ 15 a mil reais por mês. Quem é filiado ao partido terá de contribuir obrigatoriamente com pelo menos R$ 15 mensais. “O fato de deixar de receber doações empresariais não significa que qualquer contribuição desse tipo que recebemos tenha qualquer tipo de mácula”, disse Falcão.

Novo tesoureiro

Ao mesmo tempo em que anunciou a suspensão de doações privadas, o PT divulgou também o nome do novo tesoureiro do partido, que vai substituir João Vaccari Neto, preso na quarta-feira (15) pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.

O ex-deputado Marcio Macedo (PT-SE) assumirá as contas do partido e assinará, inclusive, as prestações de contas de 2014, ao lado do presidente da legenda. “Após muitas conversas, chegou-se a um consenso. O nome de Marcio Macedo foi aprovado por unanimidade no Diretório Nacional”, explicou Falcão. “Ele aceitou encarar uma tarefa espinhosa”, completou.

A permanência de Macedo será avaliada no congresso petista, em junho, mas Falcão negou a pecha de “tesoureiro tampão”. “É tesoureiro pleno”, disse. O partido considerou indicar um nome temporário para vencer a resistência dos petistas cotados para o cargo.

O documento oficial divulgado pelo PT diz ainda que as investigações da Operação Lava Jato são fruto de uma “escalada das forças conservadoras” que tem um “propósito indisfarçável: derrotar a administração de Dilma Rousseff, revogar conquistas históricas do povo brasileiro e destruir o PT”.

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