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O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI do Cachoeira, afirmou que a comissão deverá decidir na próxima quinta-feira (17) se irá convocar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a depor na comissão. Segundo ele, será preciso fazer uma discussão técnica da possibilidade para que haja o depoimento.

"Na próxima quinta-feira nós vamos votar todos os requerimentos que envolvem o Ministério Público, as convocações dos procuradores, a possível convocação do procurador-geral, a discussão jurídica e técnica da convocação do procurador-geral, e aí nos vamos estudar jurídica e tecnicamente a convocação do Ministério Público à CPI", afirmou o senador ao Jornal Hoje, da Rede Globo.

A convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo, também deve ser votada na reunião do dia 17. Após o depoimento do delegado da operação Monte Carlo, Matheus Mela Rodrigues, aumentou a pressão para que o governador deponha. Vital do Rêgo afirmou, na quinta-feira (10), que a mudança do plano de trabalho, para poder ouvir os governadores, será votada na próxima reunião administrativa.

"Se a comissão entender majoritariamente ou colegiadamente que precisa mudar o plano de trabalho, ela vai votar a mudança do plano de trabalho", disse Rêgo na quinta.

O debate sobre a convocação de Gurgel esquentou o clima na CPI, principalmente depois que o procurador-geral rebateu as críticas sobre sua atuação, em 2009, de que teria se omitido a tomar providências sobre denúncias contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Gurgel disse, nesta semana, que essas críticas são lançadas por envolvidos no julgamento do mensalão, que deve acontecer este semestre. Em sua opinião, eles estariam tentando tirar o foco do caso, ao criticar a conduta do procurador.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou nesta sexta que a CPI do Cachoeira está encontrando dificuldades para avançar, porque, como disse, PT, PSDB e PMDB se recusam a aceitar as convocações dos governadores Agnelo Queiroz (Distrito Federal), Marconi Perillo (Goiás) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro).

Segundo o parlamentar, todos querem convocar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por suposta demora na denúncia contra o senador Demóstenes Torres. "Parece piada, mas é a verdade. Transformar a CPI do Cachoeira na CPI do procurador-geral é algo que não pode ser levado a sério", afirmou.

Simon lembrou que, no período de 1995 a 2003, o então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, manteve paralisados vários processos, sendo chamado de "engavetador-geral da República", e nem por isso, acrescentou, foi alvo de pedido de providências por parte do PT.

Para o parlamentar gaúcho, o PT poderia adotar alguma providência contra o procurador no âmbito do próprio Ministério Público e deixar a CPI seguir seu caminho. Segundo ele, o partido age de má fé ao tentar levar para o âmbito da comissão parlamentar de inquérito a investigação de suposta inércia do procurador-geral.

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