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Votações polêmicas

CPMF e reforma da previdência racham aliados e oposição na Câmara Federal

Não há consenso de posições sobre as duas propostas, independentemente da bancada, mesmo entre os petistas

A presidente Dilma Rousseff na sessão de abertura do ano do Congresso no dia 2 de fevereiro: defesa da volta da CPMF e necessidade de mudanças na previdência. | Pedro Ladeira/Folhapress
A presidente Dilma Rousseff na sessão de abertura do ano do Congresso no dia 2 de fevereiro: defesa da volta da CPMF e necessidade de mudanças na previdência. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

A discussão em torno das duas pautas prioritárias do Palácio do Planalto, a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e uma reforma na previdência, revela que a Câmara dos Deputados enfrenta uma fragmentação de posições, independentemente da bancada, se aliada ou de oposição. Formalmente composta pela maioria dos 513 deputados federais, a ala governista é a maior preocupação do Planalto, já que a fragmentação de posições dentro da própria base tem peso nas votações da Casa.

Veja o cronograma das discussões na Câmara

Planalto se articula para quebrar resistência de aliados

De maneira geral, os deputados federais do PT da presidente Dilma reconhecem que a recriação do “imposto do cheque” é a alternativa para melhorar as contas da União. Pontualmente, de forma menos significativa, há votos contrários. Por outro lado, entre os petistas há quase total resistência em torno das mudanças na previdência social defendidas pelo Planalto.

Já o PSDB, maior legenda da oposição na Casa, se coloca radicalmente contra “qualquer aumento de imposto”, mas admite sentar para avaliar pontos na previdência, desde que haja “consenso na base aliada”. O mesmo argumento tem sido utilizado por outras siglas da oposição, como DEM e PPS. Focada na agenda do impeachment da presidente Dilma, a oposição também alega que a proposta de reforma ainda não foi apresentada totalmente, o que inviabiliza qualquer manifestação da bancada.

PMDB

Para embaralhar ainda mais o cenário, há o dividido PMDB, com o maior número de filiados na Casa. Principal partido da coalizão, os peemedebistas ainda vão se reunir para deliberar sobre os dois temas. O apoio ou não à volta da CPMF será formalmente discutido quando a matéria chegar à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O debate deverá ser um dos primeiros desafios do líder da bancada do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), após sua difícil recondução ao cargo, na quarta-feira (17). Aliado do Planalto, Picciani vai enfrentar a ala do partido que se juntou à bancada da oposição para sustentar a agenda do impeachment.

Outras duas legendas importantes para o Planalto, o PDT e o PP, também estão divididas. A bancada dos pedetistas alega que ainda não tem uma posição fechada. No PP, também não há uma posição sólida. E as rachaduras internas da bancada tiveram efeito até na eleição do líder, adiada para a próxima quarta-feira, após uma conturbada votação no último dia 17.

Partidos como a Rede Sustentabilidade e o Psol, que se declaram independentes na Casa, mas que já se posicionaram contra o impeachment da presidente Dilma, por exemplo, também sinalizam veto à CPMF.

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