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Participação política

Cresce a onda dos hackers que melhoram o serviço público

Code for Curitiba elevou o hacker-ativismo a um novo patamar de organização. Grupos atraem jovens que querem atuação política, porém apartidária

Grupo Code for Curitiba: participantes aprendem empreendedorismo, tecnologia e participação na vida pública. | Lineu Filho/Lineu Filho/Gazeta do Povo
Grupo Code for Curitiba: participantes aprendem empreendedorismo, tecnologia e participação na vida pública. (Foto: Lineu Filho/Lineu Filho/Gazeta do Povo)

Projetos colaborativos, práticos e acessíveis a qualquer pessoa que tenha o propósito de tornar o governo melhor foram as características que levaram a jovem publicitária Paula Berman a se tornar uma hacker-ativista do Code for Curitiba. Quando ainda morava em Chicago (EUA), no ano passado, Paula recebeu via Facebook um convite para participar do desenvolvimento do aplicativo Politikei – uma ferramenta de enquete popular para avaliação de projetos de lei. Na época, o estudante de Medicina Gustavo Guerchon e a psicóloga Fernanda Moro iniciavam a construção da ferramenta e mobilizavam gente interessada em tocar o projeto.

Leia mais: Inconformismo e sede de mudança movem os integrantes

Veja o infográfico que mostra o crescimento do hacktivismo cívico

“Achei fascinante, um movimento sem vinculações partidárias, colaborar para fazer que os serviços públicos fossem mais eficientes. Vi que tinha bastante espaço para entrar no grupo e fazer parte da liderança do movimento”, afirma Paula. Hoje, além de trabalhar no Instituto Ajuda Paraná como analista de projetos, ela é uma das líderes da brigada do Code for Curitiba. “É um lugar de networking para pessoas que tem propósitos parecidos com o seu, qualquer pessoa que participe pode aprender sobre empreendedorismo e tecnologia.”

“Achei fascinante, um movimento sem vinculações partidárias, colaborar para fazer que os serviços públicos fossem mais eficientes”

Paula Berman  hacker-ativista do Code for Curitiba

Não é exagero dizer que o Code for Curitiba elevou o hacker-ativismo a um novo patamar no Paraná. Até o momento de sua criação, as reuniões para desenvolvimento de aplicativos cívicos eram esporádicas. A estruturação do grupo a partir de outubro de 2014 mudou o cenário e está permitindo criar uma cultura de colaboração entre sociedade e poder público.

O Code tem realizado parcerias com a prefeitura de Curitiba, que fornece dados públicos para o grupo desenvolver seus aplicativos cívicos. Essa colaboração rendeu, inclusive, o Prêmio CONIP à Secretaria de Informação e Tecnologia da prefeitura, pela articulação de soluções colaborativas para cidades inteligentes.

Mudando mentalidades

Thierry Delbart, um dos desenvolvedores sêniores do grupo, considera que o papel do Code, independentemente de partidos, é ajudar instituições públicas a se abrirem para a inovação. “A prefeitura não tem condições de fazer tudo, em vez de reclamar dos sistemas que existem, a gente contribui desenvolvendo aplicativos com dados públicos”, afirma. É uma grande mudança de mentalidade. “Não somos responsáveis por fazer todos os serviços, mas somos responsáveis para que o ecossistema de inovação cívica se desenvolva”, diz Delbart.

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