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Cunha, presidente da Câmara. | Antonio Cruz/Agência Brasil
Cunha, presidente da Câmara.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Ao retornar do encontro de cerca de uma hora com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira (1) ter tido uma conversa “sincera” com Dilma sobre a situação econômica, depois que o governo enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento com previsão de déficit estimado em R$ 30,5 bilhões. Cunha disse ter comunicado à presidente que não é favorável à devolução do Orçamento, como quer a oposição, mas deixou claro que a responsabilidade de encontrar saídas para cobrir o rombo é do governo.

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“Não acho que porque se propôs um déficit o Orçamento tenha que ser devolvido, tenho uma posição bem diferente. O governo tem é que sinalizar que sua dívida bruta não vai aumentar, porque se financiar o déficit se endividando, mostra descontrole das contas. Se tem uma dívida que não aumenta, mesmo com déficit ela se mantém, é estrutural. Essa é minha posição. Acho que foi mais penoso para o país o aumento da taxa de juros que o déficit”, disse.

Segundo o peemedebista, que teve nesta terça (1) seu primeiro encontro reservado com a presidente desde que rompeu com o governo, em julho, Dilma teria pedido apoio para que medidas sejam tomadas para superar a situação. A presidente não teria feito nenhuma menção a aumento de impostos na conversa.

“Uma coisa que vi na mídia hoje é que está sendo transferida para o Congresso a iniciativa de resolver o problema do déficit. Não é esse o ponto que está em discussão e nem será. Quem faz a peça orçamentária é o poder Executivo.”

O presidente da Câmara disse ter explicitado à presidente que sua visão sobre a crise econômica “destoa” da do governo.

“Tenho minha visão sobre o processo que às vezes destoa um pouco da visão que é colocada pela equipe econômica. Eu sempre contestei o superávit primário da forma como é feito, porque não diz nada. Com adiamento de pagamentos, não é superávit, você apenas finge que faz. O maior problema é que a arrecadação caiu muito. Eu disse a ela que isso é mais pela perda de confiança da economia como um todo, seja do investidor, seja do consumidor. É preciso que a gente busque medidas para retomar a confiança para que a arrecadação não continue sofrendo queda”, afirmou.

O deputado disse que seu rompimento com o governo não foi discutido e que a conversa com a presidente “não muda nada” na relação. “Uma cosa é meu alinhamento político, outra é a institucionalidade. Não posso me recusar a conversar com a presidente. Harmonia entre poderes é isso, não quer dizer que vou ter posição de apoiamento, nem que mudei minha posição, nem que voltei atrás no rompimento político que tinha feito. Se havia algum tipo de dúvida de que se pode ter uma relação institucional, ficou claro que se pode ter.”

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