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A pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no último fim de semana, tem o mérito de ter sido a primeira desde que o cenário de candidatos à prefeitura de Curitiba se consolidou. Trata-se, portanto, de uma espécie de "marco zero", a partir do qual passarão a ser medidas as eventuais mudanças de comportamento do eleitorado curitibano. E há ainda muito espaço livre para que os eleitores se mexam: é do próprio Datafolha o dado que sustenta a afirmação de que sua primeira pesquisa pode não refletir nem de longe o resultado das urnas de 7 de outubro.

De fato, segundo apurou o instituto, 63% dos eleitores – quando não instados a citar espontaneamente um nome de sua preferência – disseram ainda não ter tomado essa decisão. Só mesmo quando estimulados a se definir por um dos nomes citados pelos entrevistadores é que surgiram os primeiros sinais de simpatia por um ou outro candidato.

Mas pior do que o fato de que a maioria ainda está indecisa e desinteressada, é a constatação de que o Datafolha nem sequer aponta a existência de um franco favorito. Para o instituto, dada a margem de erro de 3 pontos porcentuais para cima ou para baixo, os três primeiros colocados estão tecnicamente empatados: Ratinho Jr. (PSC), que despontou com 27%, não ganha ainda o direito de se dizer eleitoralmente mais forte do que Gustavo Fruet (PDT) ou Luciano Ducci (PSB), ambos empatados em 23%. Rafael Greca (PMDB) aparece com 10% das preferências.

Salvo pela ocorrência no período de fatos novos e importantes, nas quatro semanas que ainda nos separam do início dos programas eleitorais no horário gratuito do TRE, tal cenário não tende a se modificar radicalmente. É a partir da campanha na televisão, que se inicia no dia 21 de agosto, que a cobra começará de fato a fumar: é nesse momento que os eleitores encontrarão a (talvez única) oportunidade de comparar e de fazer juízo em relação aos que lhe pedem o voto. E será a partir também desse momento que as pesquisas eleitorais começam a ganhar mais sentido.

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A pesquisa do Instituto Datafolha, contratada pela RPC TV e pelo jornal Folha de S.Paulo, foi registrada no TRE-PR sob número PR-00017/2012. Foram ouvidos 832 eleitores curitibanos nos dias 18 e 19 de junho. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais.

Olho vivo

Reforma 1

O Ministério Público Estadual (MP) decidiu arquivar a representação protocolada sob nº 137 na qual anônimos pediam providências contra mudanças administrativas determinadas pelo goveno na Procuradoria-Geral do Estado (PGE). É comum o MP receber denúncias anônimas – única maneira que servidores públicos encontram para se proteger de retaliações internas. Os promotores costumam entender a situação e, apesar de a autoria não poder ser identificada, nem por isso investigações deixam de ser feitas.

Reforma 2

Nesse caso, o MP diz não ter encontrado motivos para investigar – mas os "anônimos" que recorreram ao canal institucional próprio, inconformados com o que consideraram um descaso, mantêm a opinião de que a reforma administrativa que a PGE vem sofrendo desde o início do governo de Beto Richa coloca em risco interesses do estado. Citam um exemplo: processos que eram submetidos a diferentes procuradores em cada instância do trâmite judicial, agora são acompanhados do início ao fim por um único procurador designado. Na opinião dos denunciantes, essa foi a maneira encontrada pelo governo para ter melhor "controle" sobre interesses em jogo, de caráter político ou econômico imediato, em detrimento do que seria melhor para o estado.

Reforma 3

Citam como exemplo a recente a edição do Decreto 5.007/2012, assinado por Richa, que dá poderes totais à PGE para decidir sobre a compensação de precatórios. A reforma implementada, afirmam, daria margem para que alguns credores do estado fossem beneficiados e outros não. Assim, alguns contribuintes poderiam ser privilegiados com a compensação de dívidas fiscais com precatórios enquanto outros, a critério da PGE, não conseguiriam o mesmo benefício. Basta convencer o agora único procurador encarregado dos casos sobre qual decisão de interesse do governo deve ser atendida.

Reforma 4

O procurador-geral do estado, Júlio Cesar Zem, defende a reforma administrativa que implementa e, ao contrário do que afirma o grupo que lhe faz oposição interna, assegura que ela dará maior agilidade e racionalidade aos trabalhos da PGE. Segundo ele, a concepção constitucional de que a PGE é um órgão de estado e não de governo continuará sendo rigidamente seguida.

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