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Delcídio do Amaral citou ainda o vice-presidente e o ministro da Justiça em seu depoimento à PF. | Geraldo Magela/Agência Senado
Delcídio do Amaral citou ainda o vice-presidente e o ministro da Justiça em seu depoimento à PF.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) disse à Polícia Federal (PF) que em 2003 foi consultado pela então ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff “acerca da possível nomeação” de Nestor Cerveró para a Diretoria Internacional da Petrobras. Na ocasião, Delcídio cumpria seu primeiro mandato no Senado.

Seu depoimento de quinta-feira (26) foi dado na sede da PF, onde está preso, em Brasília. “A então ministra Dilma já conhecia Nestor Cerveró desde a época em que ela atuou como secretária de Energia no governo Olívio Dutra (1999-2002), no Rio Grande do Sul”, afirmou o senador. “Como a área de exploração de gás era bastante desenvolvida naquele estado, havia contatos permanentes entre a Diretoria de Gás e Energia da Petrobras e a Secretaria comandada pela Dilma Rousseff”, disse.

O senador afirmou que “se manifestou favoravelmente” à indicação de Cerveró para o cargo “em face da experiência que [eles] tiveram conjuntamente no âmbito da Diretoria de Gás e Energia” da Petrobras. Delcídio disse que em 1999 foi nomeado diretor de Gás e Energia da estatal petrolífera “atendendo a convite do então presidente da República, F ernando Henrique Cardoso”.

O senador foi preso na quarta-feira (25) sob suspeita de barrar as investigações da Lava Jato. Segundo a Procuradoria-Geral da República, em conluio com o advogado Edson Ribeiro, ele pretendia comprar o silêncio de Cerveró, preso e condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. O temor do senador, segundo a Lava Jato, é de que o ex-diretor da estatal o implique em temas suspeitos, como o da compra da Refinaria Pasadena, nos EUA, que gerou um prejuízo de US$ 792 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União.

Outros dois delatores, Paulo Roberto Costa e Fernando Baiano já o citaram. Baiano disse que o petista recebeu US$ 1,5 milhão em propinas do esquema de corrupção instalado na Petrobras.

No depoimento prestado na quinta (26), Delcídio também mencionou o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Delcídio disse que, em conversa com o ministro da Justiça, comentou com Cardozo “que possivelmente haveria decisão favorável a Marcelo Odebrecht [empreiteiro preso desde 19 de junho na Lava Jato] em habeas corpus que tramitava no Superior Tribunal de Justiça”.

O senador relatou ainda suposta “preocupação de Michel com Zelada”. “[Delcídio] se referiu ao vice-presidente Michel Temer que, segundo informações que se tinha na época, mantinha relação com Jorge Zelada [ex-diretor da Petrobras, sucessor de Cerveró]”, registrou a PF. Temer nega e repudia as declarações.

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