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Gaievski, ex-prefeito de Realiza, diz que está sofrendo perseguição política por usar numeração 45 no presídio em que está detido em Francisco Beltrão | Cesar Machado / Vale Press
Gaievski, ex-prefeito de Realiza, diz que está sofrendo perseguição política por usar numeração 45 no presídio em que está detido em Francisco Beltrão| Foto: Cesar Machado / Vale Press

O depoimento do ex-prefeito de Realeza, Eduardo Gaievski (PT), na tarde desta segunda-feira (20), foi marcado por uma manifestação em frente ao fórum da cidade no Sudoeste do Paraná. Simpatizantes do político foram ao local com faixas e cartazes de apoio. Gaiveski, que também foi assessor da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil da Presidência), é acusado de cometer vários estupros, inclusive de adolescentes menores de 15 anos. O ex-prefeito está preso desde o dia 31 de agosto do ano passado e foi investigado por três anos. O processo contra ele corre em segredo de Justiça, por envolver menores de idade. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público (MP) em 2010, sob acusação de estupro de vulnerável e favorecimento de prostituição. Escutas telefônicas fundamentam a acusação.

Desde a metade deste mês, Gaievski diz que está sofrendo perseguição política e usa como exemplo o fato de usar a numeração 45 no presídio em que está detido em Francisco Beltrão, cidade também no Sudoeste. Nesta segunda, ele chegou ao fórum em um camburão do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), abraçado a um travesseiro do presídio e fez a questão de exibir o número de presidiário gravado no travesseiro. Segundo ele, a numeração é uma espécie de deboche político por representar o PSDB, partido rival ao PT, ao qual pertence. A Secretaria de Justiça desconsiderou a acusação feita por Gaievski.

Gaievski chegou ao fórum sem ter acesso à imprensa, que o aguardava. O advogado Samir Mattar Assad voltou a dizer que o processo tornou-se nulo a partir de uma declaração do então defensor do ex-prefeito feita ao Ministério Público incriminando o próprio cliente. "É uma novidade que foi ocasionada pelo próprio MP a partir do momento em ele colhe uma declaração criminosa do advogado em desfavor do próprio cliente e junta ao processo", diz. Assad afirma ainda que nos depoimentos das supostas vítimas existem contradições "tão gritantes que comprometem a acusação do MP". O antigo defensor do ex-prefeito foi procurado para se defender das acusações feitas contra ele, mas não foi localizado pela reportagem até as 18h desta segunda.

Natalício Farias, advogado das vitimas, afirmou que Gaievski deixou de responder a várias perguntas na primeira parte do depoimento nesta segunda. "Eu acredito que já é uma presunção de culpabilidade", declara. Segundo ele, o acusado preferiu falar sobre seus oito anos de administração na prefeitura local a responder as perguntas. "Sobre os fatos em si ao invés de ele fazer a sua autodefesa ele está somente acusando", observa.

Manifestação

Entre os manifestantes que foram ao fórum para prestar apoio ao ex-prefeito estava Umbelina Zanchet Caselani, 83, tia e madrinha de batismo de Gaievski. Agarrada nas grades de proteção do fórum ele segurava um crucifixo na hora que o sobrinho chegou. "Na capacidade desses meus 83 anos acho que é uma perseguição, que até pode ser política, porque ele foi um grande administrador", diz.

Maria Tereza de Oliveira, uma das primeiras professoras de Gaievksi também compareceu ao local. "Conheço o Eduardo desde pequeno, foi um ótimo aluno, um ótimo cidadão e o melhor prefeito de Realeza. Eu tenho certeza absoluta que a maioria de tudo isso [denúncias] é por intenções políticas. Pessoas que estão tentando estragar a trajetória política dele", afirma.

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