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BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara elegeu na manhã desta quarta-feira o deputado Arthur Lira (PP-AL) para a presidência. Dos 59 votos, 47 foram favoráveis e 12 em branco. O número de votos em branco é incomum. Houve uma movimentação nos bastidores para votação em branco já que o parlamentar pode estar na lista do procurador-geral, Rodrigo Janot, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal para investigação dos suspeitos de participar do esquema de corrupção da Petrobras.

Após a eleição, o deputado minimizou os 12 votos em branco afirmando que não fez campanha para o cargo. Arthur Lira disse que não tem expectativa de estar incluído na “lista de Janot”, mas argumentou que se tiver não seria “impeditivo” continuar no cargo. “A Câmara deve ter mais de 200 deputados que respondem a inquérito, ação, denúncia, então, tem que ter muita calma, separar o joio do trigo”, disse.

Indagado se tivesse na “lista de Janot” se afastaria da presidência da comissão, ele respondeu: “Não vejo por que. Espero não estar, não vejo motivo para estar Não tem vínculo, não tem ligação. Agora, se tiver que explicar a ida lá ( no prédio do Youssef) explicarei”.

Segundo a revista “Veja”, o deputado frequentava o escritório do doleiro Alberto Youssef, em São Paulo. A revista chegou a divulgar imagens das câmeras de segurança do prédio do escritório de Youssef em que Arthur Lira aparecia, mas não informou que tipo de negócios os dois tinham, o que pode ser esclarecido após a quebra de sigilo dos inquéritos que serão abertos no Supremo. Lira negou ter envolvimento com Youssef.

“Nenhuma ( ligação com Youssef) só vou me posicionar quando tiver algo concreto. O fato de você ir a um prédio, e isso foi em 2010, eu não era deputado, não quer dizer absolutamente nada. Fui a uma reunião no prédio mas não com Youssef”, disse.

O pai do deputado, o senador Benedito de Lira foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos políticos que receberam dinheiro do esquema de desvio na estatal.

Lira está no segundo mandato e vai presidir a comissão mais estratégica da Casa. Cabe à CCJ analisar todas as proposições que tramitam na Câmara, fazer a redação final dos projetos aprovados e decidir sobre recursos apresentados contra decisão do Conselho de Ética, entre outras funções.

Em 2013, o STF abriu ação penal contra o deputado Arthur Lira por ser acusado de agredir a ex-mulher Jullyenne Cristine Santos Lins. O parlamentar foi acusado com base na Lei Maria da Penha. Segundo depoimento da vítima, em 2006, sete meses após a separação, Lira foi até a casa dela. Quanto abriu a porta, o deputado a estapeou, arrastou-a pelos cabelos e deu-lhe chutes. O motivo seria a nova relação amorosa de Jullyenne.

Em um breve pronunciamento, ele agradeceu o apoio dos parlamentares e destacou a importância de discutir reformas no sistema tributário, o Código de Defesa do Contribuinte e a análise de projetos que possam melhorar as relações jurídicas na sociedade.

A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) é a nova presidente da Comissão de Viação e Transportes para esta sessão legislativa, que termina em fevereiro de 2016. Clarissa Garotinho é filha do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e foi a segunda deputada mais votada em seu estado.

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