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Dinheiro público

Parlamentar usou quase toda a verba para a divulgação de seu trabalho

Cleiton Kielse gastou R$ 101,3 mil dos R$ 103 mil de sua cota de gabinete com material publicitário e de comunicação

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Veja

O balanço completo dos gastos dos deputados emwww.gazetadopovo.com.br/dados

Os deputados estaduais do Paraná gastaram 18% a mais da verba de gabinete no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2011. No ano passado – entre fevereiro, mês que teve início o novo mandato, e junho –, os parlamentares usaram R$ 3,85 milhões do orçamento do Legislativo com verba de ressarcimento. Em 2012, eles receberam em fevereiro um aumento de 14,4% na verba, que passou de R$ 27,5 mil para 31,4 mil mensais. Desse mês até junho, os deputados utilizaram R$ 5,36 milhões para suas atividades parlamentares.

A verba de gabinete serve para custear a atividade parlamentar: gastos com alimentação, correio, combustível, etc. Os quase 4 pontos porcentuais efetivamente gastos a mais em relação ao reajuste foi possível porque, tanto no ano passado quanto neste, os deputados não alcançaram o teto permitido. Assim, podem acumular o "crédito" para gastar em outros períodos.

Se analisada toda a prestação de contas disponível no site da Assembleia, até julho deste ano foram repassados R$ 5,93 milhões para os deputados. Boa parte dos deputados usou cerca de R$ 106 mil, quando poderiam chegar a R$ 184,5 mil individualmente. A diferença fica como crédito para o gabinete e pode ser usada até o fim do ano. Apesar da "economia" que proporcionaram ao Legislativo, é perceptível a diferença de gasto de um mesmo serviço entre um e outro gabinete e as prioridades de cada parlamentar.

Campeões de despesas

O deputado que mais gastou foi Péricles de Mello (PT), que neste ano concorre ao cargo de prefeito de Ponta Grossa. Suas principais despesas foram com combustíveis (R$ 32.598,73), serviços de correio (R$ 19.665,50) e fornecimento de alimentação (R$ 11.444,84). Dentro do item alimentação, gastou R$ 2.796 em churrascarias e restaurantes de Ponta Grossa – as notas de uma das churrascarias foram emitidas com valores que passam de R$ 400 por refeição.

Ney Leprevost (PSD), que aparece na lista praticamente empatado com Péricles em gastos, concentrou suas despesas em telefonia. As faturas de telefonia do parlamentar somaram R$ 83.156,08 em seis meses, um valor muito maior do que o dos demais. O segundo que mais gastou com com telefonia, Duílio Genari (PP), gastou R$ 16,4 mil com telefonemas. Grande parte dos deputados usou de R$ 3 mil a R$ 7 mil com telefone.

Econômico

A diferença de custo da atividade parlamentar entre os gabinetes é grande. Enquanto sete gastaram cerca de R$ 120 mil em seis meses, outros conseguiram no mesmo período pagar todas as contas com um pouco mais da metade desse valor. É o caso de Teruo Kato (PMDB), que usou R$ 78,5 mil para cobrir suas despesas de gabinete.

Ele afirma não ter feito nenhuma ação efetiva para economizar. "Historicamente, meus gastos aumentam no segundo semestre, quando viajo mais pelo estado. Mas meus custos foram os normais. Não sei explicar o motivo do gasto inferior ao dos demais. Não há uma razão específica", diz o deputado. Kato afirma que faz o possível para controlar os gastos com telefone e combustível, o que talvez tenha ajudado.

Dos sete parlamentares que menos gastaram, quatro são da direção da Assembleia. Eles não recebem verba-extra pela função. Mas, de acordo com a assessoria de imprensa da Casa, o valor menor se dá porque esses deputados ficam mais ocupados com a gestão da Assembleia e acabam diminuindo as atividades de gabinete.

Licenciados

Embora a Assembleia tenha 54 parlamentares, a lista de despesas inclui 57 deputados. Isso ocorre porque a Casa continua ressarcindo gastos de gabinete de Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), que está licenciado para ocupar o cargo de secretário estadual do Trabalho. Mesmo licenciado, ele é um dos que mais gasta com hospedagem. Durval Amaral também esteve licenciado da Assembleia para ser secretário-chefe da Casa Civil do governo estadual, mas foi indicado para ser conselheiro do Tribunal de Contas no primeiro semestre e deixou oficialmente a Assembleia. Ele gastou, de janeiro a maio, R$ 21.261,76. Além desses, entra na lista Bernardo Carli (PSDB), que substituiu diversos deputados como suplente.

Colaboraram Guilherme Storck e Mariana Scoz.

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