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Petista se disse indignada com tentativas de desestabilizar o seu governo. | Roberto Stuckert Filho/Presidência da República
Petista se disse indignada com tentativas de desestabilizar o seu governo.| Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Reunida em Brasília com a cúpula do governo, Dilma Rousseff escalou neste sábado (27) os ministros do PT Edinho Silva (Comunicação Social) e José Eduardo Cardozo (Justiça) para rebater as acusações sobre dinheiro ilegal para a sua campanha presidencial em 2014. A acusação foi feita em delação premiada pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, no âmbito da Operação Lava Jato, e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em coletiva de imprensa na tarde deste sábado, Cardozo disse que o Executivo não teve acesso ao conteúdo da delação, por seu conteúdo estar sob sigilo legal. Mesmo assim, afirmou que o governo não poderia “deixar de firmar uma posição, nem de informar à opinião pública” sobre o que foi noticiado.

Oposição volta a defender impeachment

Partidos de oposição pediram o afastamento da presidente Dilma Rousseff devido ao conteúdo da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, que disse ter financiado a campanha da petista em 2014 para evitar perder negócios com a Petrobras.

“Se ela [Dilma] não pedir o afastamento e as apurações, estará, com seu silêncio e inércia, dando veracidade ao conteúdo da delação”, disse Rubens Bueno (PPS-PR).

“Esse depoimento é a prova de que as campanhas de Dilma foram irrigadas com dinheiro roubado da Petrobras. Isso é motivo mais que suficiente para ela perder o mandato e para convocarmos novas eleições”, afirmou o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO).

Se Dilma sofrer um impeachment, quem assume é o vice, Michel Temer (PMDB-SP). Novas eleições só ocorrem se ambos, Dilma e Temer, forem impedidos.

Se isso acontecer nos dois primeiros anos de mandato, há um novo pleito direto. Nos dois últimos, uma eleição indireta no Congresso. Em ambos os casos, o país é comandado interinamente pelo presidente da Câmara.

“Nós não podemos afirmar a veracidade de se constam ou não dessa delação as informações colocadas pela imprensa”, enfatizou. “Todavia, não poderíamos deixar de firmar uma posição, nem de informar à opinião pública os fatos e circunstâncias que dizem respeito ao que é noticiado pela imprensa, sem que saibamos o que consta na delação.”

Já a presidente embarcou após a reunião para os EUA em viagem para atrair investidores para o Plano de Investimento em Logística, lançado este mês. O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), previsto para acompanha-la na viagem, cancelou sua participação na comitiva. Embora não seja habitual que o chefe da Casa Civil faça viagens ao exterior, a principal razão para ele ficar foi a divulgação da delação.

Indignação

Na reunião no Palácio do Alvorada, antes de viajar, a presidente se mostrou “indignada’’ pois avaliou, junto com os ministros, que há uma tentativa de aprofundar a tese que criminaliza doações legais para atingir sua campanha e desestabilizar a sua presidência. E que há um ‘’vazamento seletivo’’ para atingir sua campanha e ‘’isentar’’ as demais campanhas adversárias, ‘’inclusive a de Aécio Neves’’, segundo um ministro ouvido pela reportagem.

Ricardo Pessoa afirmou que doou oficialmente R$ 7,5 milhões à campanha de reeleição da presidente no ano passado por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras caso não ajudasse o PT. A doação foi feita legalmente e ele disse que tratou da contribuição diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Comunicação, Edinho Silva.

Presentes à reunião, os ministros Cardozo, Mercadante, Edinho Silva e Giles Azevedo, assessor especial, bateram na tecla de que o PSDB foi poupado na delação. Os assessores disseram haver doações feitas pela UTC no mesmo dia para o candidato tucano e para a presidente, nos registros do Tribunal Superior Eleitoral, mas ‘’para o PSDB não vale’’, queixam-se. ‘’É um ataque seletivo’’, disse um ministro.

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