Doações a Gleisi e Requião
Perfil semelhante no Senado
O perfil básico do doador eleitoral empreiteiras, partidos e pessoas próximas aos candidatos se repete no caso dos dois senadores eleitos pelo Paraná.
Gleisi Hoffmann (PT), que arrecadou R$ 7,9 milhões, teve o próprio partido como maior financiador de sua campanha. O Diretório Nacional do PT contribuiu com R$ 1,9 milhão.
Dentre as empresas que doaram dinheiro para a eleição da senadora está uma construtora que aparece como grande financiadora de candidatos em todo país: a Camargo Corrêa. A empreiteira doou R$ 1 milhão para Gleisi.
Já o senador eleito Roberto Requião (PMDB) obteve
R$ 3 milhões em doações. As duas principais fontes de financiamento dele foram pessoas físicas. O maior doador foi o empresário Francisco Simeão, dono da BS Colway Pneus, com R$ 857 mil. Ele tem relação direta com Requião: será suplente do peemedebista no Senado. Já o segundo maior doador de Requião, com R$ 500 mil repassados, foi Cixares Libero Vargas, administrador e acionista do grupo de controle da Positivo Informática.
Da Redação
Um pequeno grupo de empresas de poucos setores econômicos foi responsável pela maior parcela do dinheiro que financiou a campanha da presidente eleita Dilma Rousseff (PT). Segundo um levantamento publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, metade de todo o dinheiro declarado pela campanha da petista foi doado por apenas 27 empresas muitas das quais dos mesmos setores produtivos que predominam no financiamento dos deputados federais (veja reportagens acima e na página anterior).
Segundo o levantamento do jornal, apenas o setor da construção civil e de obras públicas doou R$ 33,7 milhões para a campanha de Dilma, o que representa 22,6% de toda a arrecadação da então candidata que chegou a R$ 148,8 milhões.
Dos cinco maiores financiadores da presidente, três são empreiteiras: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC Engenharia. A Camargo Corrêa, uma das construtoras que toca obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), doou R$ 8,5 milhões, sendo a empreiteira que mais repassou recursos a Dilma e a segunda empresa no ranking de doadores da petista.
O segmento agropecuário, de alimentos e de bebidas também se destacou nas doações. O grupo JBS-Friboi, frigorífico de carnes, doou R$ 9 milhões para Dilma a maior doação individual para a campanha da petista. O grupo JBS-Friboi se beneficiou diretamente do governo Lula ao receber um empréstimo de aproximadamente R$ 3,5 bilhões do BNDES.
Outro setor econômico que se destacou nas doações a Dilma foi o das usinas de álcool e açúcar, com R$ 10 milhões repassados. Já os bancos doaram, em conjunto, cerca de R$ 8 milhões. Entre eles, o Itaú foi o maior doador individual, com R$ 4 milhões. O setor imobiliário, farmacêutico, de mineração e siderurgia também se destacaram na lista de doadores da presidente eleita.
Doações ocultas
Dilma recebeu ainda R$ 19,7 milhões em doações ocultas aquelas em que o dinheiro do doador é repassado ao partido, que investe posteriormente os recursos na campanha. Esse modelo de financiamento torna impossível rastrear a identidade das empresas que bancaram as campanhas.
O principal adversário de Dilma, José Serra (PSDB), recebeu ainda mais pela via oculta: foram R$ 32,1 milhões, ou 30% do que ele arrecadou.
A campanha do tucano, no total, arrecadou R$ 120 milhões. E os setores que mais doaram também foram basicamente os mesmos de Dilma, com destaque para as empreiteiras. Mas a maior doação individual recebida pela campanha tucana partiu do Banco Itaú. A instituição financeira colaborou com R$ 4 milhões.
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