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Presidente Dilma Rousseff defendeu a volta da CPMF em discurso no Congresso. | Pedro Ladeira/Folhapress
Presidente Dilma Rousseff defendeu a volta da CPMF em discurso no Congresso.| Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O efeito do aceno da presidente Dilma Rousseff (PT) ao Congresso Nacional, na terça-feira (2), pode ter sido quase nulo. A ida à abertura dos trabalhos do Legislativo, levando pessoalmente a mensagem do Executivo, foi um gesto considerado importante até mesmo por membros da oposição. Desde 2012, a petista enviava representantes para a leitura da mensagem. Mas o discurso da presidente não freou as críticas, em especial à proposta de recriação da CPMF, uma das principais medidas defendidas pelo governo para tentar melhorar a receita da União.

A primeira vaia durante o discurso de mais de meia hora surgiu justamente quando a presidente Dilma defendeu a volta do “imposto do cheque”. “CPMF ninguém aceita. Nem o povo, nem o setor produtivo”, disse o líder do DEM na Câmara Federal, Mendonça Filho. A presidente Dilma reconheceu a dificuldade em aprovar a CPMF, mas reforçou que se trata de uma medida provisória, devido “à excepcionalidade do momento”, e que não há “melhor opção disponível para melhorar a receita”. Um grupo de deputados federais chegou a levantar placas com os dizeres “Xô, CPMF”.

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Os temas tratados no discurso já eram esperados. Além da recriação da CPMF, a reforma da previdência social também entrou na lista de prioridades. Em seu discurso, Dilma repetiu que considera o assunto como “uma questão do Estado brasileiro”, devido ao envelhecimento da população. O objetivo do Planalto é sensibilizar a oposição, já que as mudanças graduais na previdência social trariam uma saúde financeira ao país no médio a longo prazos, beneficiando gestões futuras no Executivo.

Em relação à reforma da previdência, contudo, há resistência dentro do próprio PT, o que foi lembrado por opositores ao final da cerimônia. “Nem o partido dela defende”, alfinetou o líder do DEM.

Ao longo do discurso, Dilma também reforçou palavras como “parceria” com o Legislativo e necessidade de retomar investimentos. Em alguns momentos, aplausos e vaias se misturaram no plenário, que contou também com a presença de ministros.

A crise econômica também marcou os discursos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). Renan pontuou sobre a necessidade de “minimizar o debate pelas responsabilidades da crise”, convocando os parlamentares para as votações, e elogiou a presença da presidente Dilma. “É uma demonstração de quem busca o diálogo e procura uma solução.”

Responsável pela deflagração do impeachment, Cunha fez um discurso mais curto, mas avaliou que 2016 será “um ano difícil” e registrou a “falta de consenso” sobre propostas do governo. “Não existe consenso nesta Casa, nem na sociedade, que o aumento da carga tributária seja a solução.” Cunha e Dilma se cumprimentaram na cerimônia e, em entrevista, o peemedebista não entrou em polêmicas. “Acho que a vinda dela aqui é um movimento institucional. É uma cerimônia institucional. Não deveria ter tido vaias, nem aplausos.”

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