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Veja infográfico com as projeções feitas por institutos e os resultados finais |
Veja infográfico com as projeções feitas por institutos e os resultados finais| Foto:

No Paraná, números causaram polêmica

No Paraná, os institutos de pesquisa saíram como os grandes vilões do primeiro turno na eleição para governador e, principalmente, na disputa que elegeu os dois senadores do estado.

Na eleição para governador, a equipe jurídica da campanha de Beto Richa (PSDB) conseguiu impugnar nove pesquisas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob alegação de que havia problemas técnicos na metodologia dos levantamentos. Somente na véspera da eleição, uma pesquisa Ibope mostrando empate entre Richa e o candidato Osmar Dias (PDT) foi divulgada. Feita a apuração, Richa venceu Osmar por 6 pontos.

Na luta pelo Senado, as pesquisas de intenção de voto divulgadas na véspera da eleição mostravam o candidato Gustavo Fruet (PSDB) 20 pontos atrás do segundo colocado na disputa, Roberto Requião (PMDB). As urnas mostraram uma diferença bem menor: o tucano teve 23,1%, contra 24,8% de Requião. Fruet reagiu com indignação aos levantamentos e prometeu usar o resto de seu mandato como deputado federal para "moralizar as pesquisas".

A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, justificou a diferença dos números na eleição para senador no Paraná. "Uma grande movimentação de última hora do grande número de indecisos apontado pelas amostragens. Quando os indecisos optaram, houve grande crescimento de dois candidatos no último dia. Uma leitura correta da pesquisa indicava que isto poderia acontecer", afirmou.

Desacreditados ao final do primeiro turno, os institutos de pesquisas conseguiram se redimir e acertaram todas as previsões de resultados no segundo turno. Tanto na disputa da Presidência da República quanto nas nove eleições regionais, em oito estados e no Distrito Federal, os números das pesquisas divulgadas no sábado anterior à eleição se confirmaram na apuração (ver infográfico no link abaixo).

Segundo a diretora-executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, o cuidado na aplicação e apuração dos questionários foi exatamente o mesmo nos dois momentos. Não teria havido mudanças em razão dos erros ocorridos no primeiro turno. A mesma metodologia do primeiro turno também teria sido mantida no segundo, diz ela. A maior precisão dos resultados se deve, de acordo com Márcia, à menor complexidade da eleição, com apenas dois candidatos disputando um único cargo.

"No primeiro turno é mais difícil ter este nível de acerto, pois são muitos cargos em jogo e o número de indecisos é muito maior. Portanto, uma movimentação de última hora desta massa de indecisos é, por vezes, imponderável", avalia.

No primeiro turno, um dia antes da eleição, todos os quatro principais institutos de pesquisa do país, Vox Populi, Ibope, Datafolha e Sensus, divulgaram levantamentos que previam uma vitória de Dilma Rousseff (PT) por uma boa vantagem de votos, sem necessidade de realização de segundo turno. Terminada a contagem, os 46% de votos válidos obtidos pela petista não foram suficientes para confirmar a vitória. O crescimento da candidata Marina Silva (PV), que terminou com 19% dos votos válidos, também não foi identificado pelos institutos. O resultado acabou levando Dilma para um segundo turno contra José Serra (PSDB).

Na segunda rodada da eleição, entretanto, as pesquisas dos quatro principais institutos de pesquisa do Brasil, divulgadas na véspera, acertaram o resultado, dentro das respectivas margens de erro.

Para a diretora do Ibope, esta eleição trouxe um aprendizado para os eleitores, politicos, imprensa e para os próprios institutos. "Temos que aprender a interpretar os números. Pesquisas de intenção são bússolas confiáveis que mostram a tendência do eleitorado naquele momento. Mostram tendências e não substituem as urnas", afirma.

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