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As convicções cristãs dos candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) e suas posições sobre outros temas ético-religiosos – como aborto, união civil entre gays e criminalização da homofobia – dominaram boa parte do debate político no segundo turno da campanha presidencial.

Essas questões ganharam peso inusitado, tomando o lugar da discussão sobre diretrizes econômicas, políticas e sociais. Às vesperas do primeiro turno, grupos de católicos e evangélicos se mobilizaram contra a candidatura da petista usando declarações antigas de Dilma em defesa da legalização do aborto. Líderes religiosos iniciaram campanha que começou nas igrejas, cresceu na internet e emergiu na imprensa às vésperas do primeiro turno.

O movimento religioso tirou votos de Dilma, ajudando a empurrar a eleição para o segundo turno e redefinindo as estratégias dos candidatos. No segundo turno, Serra e Dilma lançaram ofensivas em busca do voto religioso. O empenho se justifica, pois segundo o último censo do IBGE, divulgado em 2000, apenas 7 % da população brasileira afirma não ter religião. Estima-se que os evangélicos representem cerca de 25% do total de eleitores e que mais de 120 milhões de pessoas sejam católicas no país.

Para não correr riscos, Dilma e Serra lançam mão de discurso "em defesa da vida", contra a legalização do aborto. Dilma e o PT recuaram da posição histórica do partido sobre a descriminalização da interrupção da gravidez. O primeiro plano de governo apresentado à Justiça Eleitoral da petista, que defendia o aborto foi revisto e a legalização da prática foi retirada das diretrizes governamentais.

Ambos candidatos passaram ainda a frequentar cultos e assumiram compromissos com grupos religiosos. Mas o debate em torno do principal assunto religioso da eleição "esfriou" após uma denúncia de que a esposa de Serra, Monica, teria feito um aborto.

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