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Seis candidatos a prefeito de Londrina participaram de debate na RPC nesta quinta-feira (29). | Reprodução/RPC
Seis candidatos a prefeito de Londrina participaram de debate na RPC nesta quinta-feira (29).| Foto: Reprodução/RPC

O debate entre os candidatos a prefeito de Londrina realizado nesta quinta-feira (29), pela RPC, foi o último e também o mais quente do primeiro turno da campanha eleitoral de Londrina. Além de propostas, os candidatos trocaram acusações e críticas.

Seis dos oito candidatos participaram do debate: André Trindade (PP), Luciano Odebrecht (PMN), Marcelo Belinati (PP), Odarlone Orente (PT), Sandra Graça (PRB) e Valter Orsi (PSDB). Flávia Romagnoli (Rede) e Paulo Silva (PSol) não foram convidados para o debate porque seus partidos têm menos de dez deputados na Câmara Federal – pela legislação eleitoral, as emissoras não são obrigadas a convidar candidatos dos partidos com bancadas menores.

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A estratégia dos candidatos se dividiu entre buscar a crítica mais dura aos adversários para conquistar votos indecisos ou eleitores com tendência para mudar, e evitar o risco de um “tombo mais forte”, que pudesse levar à perda de votos.

Quem esperava um “confronto direto” entre Belinati e Orsi, que polarizam as intenções de voto, segundo pesquisa Ibope/RPC* divulgada na semana passada, viu confronto, mas não entre eles.

Natal e Publicano

O duelo mais marcante do debate foi entre Orsi e Odebrecht. O candidato do PMN, que fez papel de franco-atirador, adotou a estratégia de irritar o tucano. E conseguiu.

Ele questionou a rejeição parcial da prestação de contas decidida pela Controladoria do Município contra a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), em 1999. Sob a presidência de Orsi, a Acil tinha feito um convênio com a prefeitura para realizar uma promoção de Natal feita na cidade. Mesmo com a rejeição das contas, só neste ano, 17 anos depois do convênio e perto da campanha eleitoral a prefeitura passou a cobrar a Acil.

“O senhor vai pagar ou vai deixar a Acil pagar? E a corrupção na Receita Estadual ?”, provocou o candidato do PMN, referindo-se também à Operação Publicano.

“Todos sabem que o Natal de 1999 é um problema administrativo, não tem nada de desvio, é problema de contabilidade da prefeitura e da contabilidade da Acil”, rebateu o tucano.

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Sobre a Publicano, Orsi disse ter se colocado à disposição do Ministério Público para colaborar, por ter presidido a entidade empresarial pela segunda vez, entre 2014 e 2016. O tucano, que construiu uma trajetória pública marcada pelo discurso contra a corrupção, tem sido criticado por não ter esboçado uma reação forte no caso da Publicano, como fez em outros casos. Os críticos atribuem essa reação mais “amena” – que é negada pelo candidato – ao fato dele ser do mesmo partido que o governador Beto Richa (PSDB).

Lava Jato

Trindade cutucou Marcelo Belinati pelo fato de ser deputado federal e de que, se eleito prefeito, não cumprirá o seu mandato na Câmara Federal. O candidato do PP respondeu que o PPS apoiou as candidaturas de Luiz Carlos Hauly (PSDB) e de André Vargas (PT) em outras eleições municipais “e nunca houve esse questionamento, já que eles eram deputados”.

Trindade devolveu a cutucada dizendo que Marcelo Belinati recebeu dinheiro de uma construtora investigada na Lava Jato em outra campanha eleitoral de 2014. O deputado do PP disse que votou “contra a doação de empresas, apesar da orientação do partido”. “E os deputados do seu partido votaram para continuar a doação de empresas”, completou.

“Bolas de segurança”

Sempre que puderam, os candidatos apelaram para as “bolas de segurança” para manter a temperatura do debate sob controle. Orsi e Sandra Graça trocaram perguntas amenas sobre desenvolvimento econômico, área em que os dois conseguem falar bem.

Luciano Odebrecht e Marcelo Belinati trocaram perguntas em mais de um bloco, também para amenizar.

Houve até uma dobradinha entre Odarlone e Trindade para bater no governador Beto Richa. “A segurança é um problema nacional e é competência do governo do Estado que hoje não está sendo suprida. A Guarda Municipal tem a competência de guarda do patrimônio púbico e está suprindo a lacuna deixada pelo governo do estado”, alfinetou Trindade ao questionar o petista sobre o assunto.

Odarlone respondeu que a Polícia Militar deve ser usada para dar “segurança”, e que “Beto Richa só usou a PM para bater nos professores”.

Caixa da prefeitura

Odarlone questionou Orsi sobre as dificuldades financeiras da prefeitura – que segundo projeções da própria administração municipal podem fechar o ano com um déficit de R$ 47 milhões. O tucano respondeu que a atual administração “não vai deixar isso (dívidas para o sucessor)” e fez referência a gestões do ex-prefeito Antonio Belinati, que deixou dívidas. O petista rebateu, dizendo que a atual administração “recebeu a prefeitura com mais de R$ 70 milhões [em caixa] e vai entregar no vermelho. Faltou planejamento”.

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Jogo baixo na internet

Em suas falas iniciais, Marcelo Belinati e Odarlone reclamaram de ataques que têm sofrido na internet. O candidato do PP aproveitou o tempo de uma pergunta sobre meio ambiente – que ele não respondeu – para “lamentar as agressões que eu tenho sido vítima”. “Estão enviando e-mails dos Estados Unidos, montando vídeos, fotos, plantando notícias em blogs políticos na capital do Estado. Todos os tipos de agressões”, reclamou.

Odarlone usou parte do seu tempo para responder a uma pergunta sobre esporte para reclamar de “boatos na internet” contra a sua candidatura. “Minha candidatura continua firme, confiante e forte rumo ao segundo turno. Não se deixe enganar por quem quer baixar o nível nessa campanha que até agora foi limpa”.

Entre os boatos dos quais os candidatos se queixam estão os de que o ex-ministro Paulo Bernardo, investigado na Lava Jato estaria apoiando Marcelo Belinati. E de que o PT, por ordem do ex-deputado André Vargas, preso na Lava Jato, teria abandonado Odarlone para apoiar Belinati.

*A pesquisa foi encomendada pela RPC e o Ibope ouviu 700 eleitores entre os dias 15 e 18 de setembro. A margem de erro é de quatro pontos porcentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo PR-05633/2016.

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