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Campanha de Rafael Greca (PMN) ataca a aliança de seu adversário com o PCdoB | Reprodução/Youtube
Campanha de Rafael Greca (PMN) ataca a aliança de seu adversário com o PCdoB| Foto: Reprodução/Youtube

Na sequência de ataques desferida por Rafael Greca (PMN) em Ney Leprevost (PSD) na reta final da campanha para a prefeitura de Curitiba, um tema de destaque é a associação entre Leprevost e o Partido Comunista do Brasil. O PCdoB, ao lado de cinco outras siglas, integra a coligação partidária que tem Leprevost como candidato.

Os ataques têm dois motes principais: a ideologia do partido e seu posicionamento em defesa do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Um jornal produzido pela campanha de Greca expõe em tom de denúncia que o PCdoB é contra a Operação Lava Jato e esteve ao lado do PT para “afundar” o Brasil e a Petrobras.

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Na linha de frente do discurso anticomunista da campanha de Greca está o deputado federal Hidekazu Takayama, presidente estadual do PSC – partido que integra a base de apoio de Leprevost. No programa eleitoral de Rafael Greca, exibido no sábado (22), Takayama usou o comunismo para justificar o apoio ao candidato adversário do partido que ele mesmo preside.

“Por que o partido está coligando com um partido comunista cujas ideologias são totalmente contrárias à nossa? Fere, realmente, frontalmente, o que nós pregamos e vivemos”, disse o deputado no vídeo.

Trecho de um jornal da campanha de Greca que ataca a coligação de Leprevost com o PCdoBReprodução/Site da campanha de Greca

Pragmatismo como mote

Com 564 filiados em Curitiba, o PCdoB tem tido uma trajetória eleitoral errática na capital paranaense. Em 2004, o partido apoiou a candidatura de Ângelo Vanhoni (PT). Quatro anos depois, lançou a candidatura de um quadro próprio, Ricardo Gomyde, à prefeitura de Curitiba. Em 2012, o partido coligou com siglas mais à direita e seguiu rumo parecido em 2016, coligando-se novamente com o PSC e pela primeira vez com o PSD.

Segundo o secretário de organização da executiva municipal do PCdoB, Renato Moreira, não existe confusão ideológica no partido. “Nós nos mantemos como um partido de esquerda. A decisão do apoio do partido é porque o Ney tem uma postura de centro. A gente não concorda 100% com ele, como é normal da política, mas você faz alianças pensando no bem da população”, explica. Para ele, as coligações – tanto com Leprevost como com Ratinho Jr. em 2012 - representam a possibilidade de o partido participar do debate sobre a cidade.

A postura pragmática do partido parece confundir os que esperam posicionamentos mais radicais. O próprio deputado Takayama participou, em 2012, de uma reunião do PCdoB para consolidar o apoio dos comunistas à campanha de Ratinho Jr. (ex-PSC e atualmente no PSD), que na época foi o candidato à prefeitura escolhido pelo PSC. No evento, Takayama discursou com a bandeira do PCdoB ao fundo, defendeu a aliança partidária e elogiou a deputada Manuela d´Ávila (PCdoB), que concorria à prefeitura de Porto Alegre e estava presente na reunião.

A candidatura de Ney Leprevost utiliza justamente esse viés moderado do PCdoB em Curitiba para justificar a coligação. A assessoria da campanha afirmou que a ala comunista mais radical foi contrária á união e que mesmo com os favoráveis ao apoio à Ney não foi feito nenhum tipo de acordo que envolva cargos na administração municipal. “O Ney é um político de centro que conversa bem com todas as frentes”, afirmou a assessoria do candidato.

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