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Câmara Municipal de Curitiba tem 38 vagas para vereadores na eleição de 2016. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Câmara Municipal de Curitiba tem 38 vagas para vereadores na eleição de 2016.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Nove dos 32 vereadores que concorrem a novo mandato em Curitiba tiveram aumento de mais de 100% nos patrimônios declarados à Justiça Eleitoral nos últimos quatro anos. Ao todo, 22 apresentaram variação positiva no patrimônio; no caso de 15 políticos, os bens acumulados cresceram mais de 50% se comparadas às declarações apresentadas em 2012 e 2016.

Em comparação, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE) variou 32% de janeiro de 2012 a dezembro do ano passado – as informações apresentadas pelos candidatos à Justiça Eleitoral tomam como base o que é declarado à Receita Federal.

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Somados, os bens declarados de todos os candidatos à reeleição aumentaram cerca de 70% em quatro anos, passando de R$ 17 milhões para R$ 29,1 milhões.

Mudou também o perfil do patrimônio dos vereadores. Em 2012, bens imóveis ocupavam cerca de 48% das declarações, seguidos de dinheiro em espécie ou investimento, com 38%. Em 2016, a ordem se inverteu – bens financeiros respondem por 48,23% do patrimônio, enquanto que os imóveis caíram para 40,87% do total.

Julieta Reis (DEM), vereadora há cinco mandatos, e Toninho da Farmácia (PDT), que busca a primeira reeleição, declararam aumento de mais de 2.000% nos bens em quatro anos. Em 2012, a democrata declarou ao TSE patrimônio de R$ 46 mil, e o pedetista, de R$ 15 mil. Quatro anos depois, Julieta acumula patrimônio de R$ 1,3 milhão, e Toninho, de R$ 393 mil.

Segundo a assessoria da vereadora Julieta Reis, a variação aconteceu por conta da morte de seu marido e a posterior transferência de bens para seu nome . “Como eram casados em comunhão universal de bens, no processo de inventário, ficou por acordo entre os filhos, para a Julieta”, diz a nota enviada pela assessoria.

A reportagem tentou entrar em contato com o vereador Toninho da Farmácia por cinco vezes pelo telefone do gabinete do parlamentar, mas não obteve retorno.

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Em valores absolutos, a maior variação é a de Sabino Picolo (DEM), que busca o sexto mandato. Em 2012, o patrimônio do vereador era de R$ 1,1 milhão. Com crescimento de R$ 4 milhões, os bens declarados pelo candidato em 2016 somam R$ 5,1 milhões.

Segundo Sabino Picolo, o aumento no patrimônio está relacionado a suas atividades agropecuárias.“Eu nasci na agricultura e nós somos da atividade de agricultura até hoje”, afirmou.

Não contabilizados no levantamento de aumento de patrimônio, quatro vereadores que disseram não ter bens em 2012 passaram a declará-los em 2016. Trata-se de Carla Pimentel (PSC, R$ 72 mil), Chicareli (PSDC, R$ 46 mil), Mestre Pop (PSC, R$ 54 mil) e Noemia Rocha (PMDB, R$ 266,53).

Menos bens

Cinco vereadores declararam em 2016 um patrimônio inferior ao de 2012. Beto Moraes, do PSDB, declarou uma redução patrimonial de 70%, caindo de R$ 691 mil em 2012 para R$ 192 mil em 2016.

Na sequência, em ordem decrescente, Geovane Fernandes (PTB, variação negativa de 59%), Edson do Parolin (PSDB, 54% de queda), Cacá Pereira (PSDC, diminuição de 46%) e Jonny Stica (PDT, menos 3% em relação a 2012).

Apenas um vereador ficou no zero nas duas eleições. Tiago Gevert (PSC) declarou inexistência de bens em seu nome em 2012 e em 2016.

Em contato com a reportagem, a assessoria do vereador Geovane Fernandes informou que a redução de seu patrimônio se deu por um erro na declaração de bens ao TSE. “O equívoco aconteceu durando o registro de candidatura, no momento da inclusão dos bens, por algum motivo, não foi incluído na lista de bens a casa do vereador, no valor de R$ 347.084,22”, informou a assessoria.

Vereador que disse “pagar para trabalhar” declara 516% a mais de bens

Famoso por declarar, em plenário, que “estamos pagando para ser (sic) vereador, Chico do Uberaba (PMN) – que, aliás, é candidato à reeleição – declarou em 2016 um patrimônio 516% maior que em 2012.

Há quatro anos, o político listou um automóvel Ford Focus 2005, que avaliou em R$ 21,5 mil, e R$ 1 mil em espécie. Agora, são dois carros – um Chevrolet Cruze 2013, que vale informados R$ 77 mil, e um Citroen Air Cross 2012, estimado pelo vereaor em R$ 62 mil. Ambos foram comprados com R$ 20 mil de entrada e tiveram o restante do valor financiado, segundo a declaração.

Corrida pela reeleição tem quatro milionários na Câmara

Quatro dos 32 vereadores que disputam a reeleição são milionários. No topo da lista, com lista de bens declarados em R$ 9 milhões está o ex-jogador de futebol e empresário Paulo Rink (PR). Mesmo que estivesse na corrida pela prefeitura, o ex-atacante do Atlético e da seleção alemã também seria o candidato com maior patrimônio declarado.

Os outros três milionários que almejam a reeleição no pleito atual estão entre os cinco vereadores que mais apresentaram aumento de patrimônio desde 2012. Julieta Reis (DEM, R$ 1,3 milhão), Sabino Picolo (DEM, R$ 5,1 milhões) e Felipe Braga Côrtes (PSD, com R$ 3.8 milhões em 2016, ante R$ 1,2 milhão em 2012.

Declaração de bens

A declaração contendo a indicação dos bens e seus valores estimados é imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a todos os candidatos. Não é obrigatório, porém, que valores de imóveis, veículos ou objetos de coleções estejam atualizados. Também não há multa ou sanção caso as informações estejam erradas.

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