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Michel Temer, o presidente da República | Beto Barata/PR
Michel Temer, o presidente da República| Foto: Beto Barata/PR

O presidente Michel Temer não comentou nesta quarta-feira (15) os protestos em mais de 20 capitais contra a reforma da Previdência, mas defendeu a “urgência” da reforma, e voltou a dizer que se não houver mudanças nas aposentadorias o Brasil poderá ter sérios problemas fiscais como o estado do Rio ou até a Grécia. O governo está acompanhando as manifestações desde cedo.

“Não podemos fazer uma coisa modestíssima. Ou daqui a quatro e cinco anos temos de fazer como Portugal, Espanha e Grécia”, disse Temer em discurso durante evento do Sebrae e do Banco do Brasil.

“Nós apresentamos um caminho para salvar a Previdência do colapso, para salvar os benefícios dos aposentados de hoje e dos jovens que se aposentarão amanhã. Isso parece ser coisa ‘será que é para tirar direitos de pessoas?’. Em primeiro lugar, não vai tirar direito de ninguém. Quem tem direito já adquirido, ainda que esteja no trabalho não vai perder nada do que tem”, disse Temer.

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Nesta quarta-feira, milhares de brasileiros foram às ruas nesta terça-feira em protestos contra a reforma da Previdência nas principais capitais do país. Houve atos em pelo menos 20 capitais.

Temer também mencionou a crise financeira nos estados do Rio, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. A reforma da Previdência, disse, terá “uma ou outra” alteração. Desde a semana passada, o tom das falas de Temer sobre a reforma tem mudado. Até então, ele criticava a resistência ao projeto.

Enquanto Temer defendeu a reforma da Previdência, a cerimônia divulgava o programa Senhor Orientador, em que bancários aposentados farão consultoria para micro e pequenos empresários até o fim de 2018. Pelo projeto, os consultores têm de ter acima de 60 anos, e uma década de experiência em crédito para pessoa jurídica. Na reforma da Previdência enviada ao Congresso, o governo propôs 65 anos para a idade mínima de aposentadoria.

Apesar de não comentar os protestos em mais de 20 capitais contra a reforma previdenciária ou a divulgação parcial da “segunda lista de Janot” — com pedidos de inquérito para cinco ministros do governo, inclusive os palacianos Eliseu Padilha e Moreira Franco —, o presidente Michel Temer disse que a sociedade brasileira vai entendendo “pouco a pouco” o apoio ao governo.

“A sociedade brasileira, pouco a pouco, vai entendendo que é preciso dar apoio a este caminho para colocar o país nos trilhos”, disse, enfatizando que a gestão tem pouco tempo de mandato e precisa de suporte popular para a necessidade “urgente”.

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Governo acompanha as manifestações

O Palácio do Planalto vê com “normalidade” as manifestações que ocorrem nesta quarta-feira em todo o país contra a Reforma da Previdência. Temer tem acompanhado desde cedo os protestos que ocorrem em pelo menos 20 capitais.

“O governo está acompanhando as manifestações, as respeitando, mesmo que representando setores minoritários da sociedade, porque são democráticas”, disse um auxiliar presidencial.

A avaliação do governo é que a aparência das manifestações é maior do que efetivamente o número de pessoas nas ruas, porque a estratégia foi paralisar meios de transporte público.

“Elas foram organizadas estrategicamente para aparentar maior volume, ao paralisarem a circulação de ônibus e metrô”, disse uma fonte do governo, referindo-se em especial à situação de São Paulo.

Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios foi tomada desde o início da manhã e parte dos que participavam invadiram o Ministério da Fazenda, quebrando vidraças e jogando paus e pedras. No Rio, uma manifestação de professores promoveu uma espécie de “aulão” no Largo do Machado e partiu depois para a porta do Palácio Guanabara. Cem escolas não tiveram aulas por causa da adesão à paralisação, segundo o Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (SinproRio), o que significa 5% da rede de dois mil colégios.

Outros dois protestos foram organizados pela Frente Internacionalista dos Sem-Teto e pelo Sindicato de Estivadores do Rio de Janeiro perto da Avenida Brasil. Em São Paulo, metrô e ônibus pararam no início da manhã.

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