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O ex-diretor da Assembleia Abi Miguel | Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do Povo
O ex-diretor da Assembleia Abi Miguel| Foto: Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do Povo

O ex-diretor geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, 74 anos, foi preso novamente nesta sexta-feira (12) na casa dele, em Curitiba. Conhecido como Bibinho, ele é acusado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) de ser o mentor de um esquema de desvio de recursos públicos do Legislativo estadual. A prisão preventiva de Bibinho foi decretada pelo desembargador José Maurício Pinto de Almeida, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), com base em dois processos a que ele respondeu na 9.ª Vara Criminal de Curitiba. Condenado em ambos a penas que passam de 37 anos de prisão, o ex-diretor recorreu das decisões. Os recursos tramitam na 2.ª Câmara Criminal do TJ, sob relatoria do próprio Pinto de Almeida.

A Justiça acatou o argumento do Ministério Público de que, mesmo condenado por desvio de recursos, Bibinho teria continuado praticando crimes. Ele tinha o direito de recorrer às condenações em liberdade. Ao contrário da prisão anterior – que era temporária e, portanto, tinha prazo para acabar – a nova decisão judicial manterá o ex-diretor na cadeia até que um habeas corpus ou algum outro tipo de recurso seja aceito pela Justiça. Bibinho foi levado ao Gaeco e de lá deve seguir para o Complexo Médico Penal.

Abib Miguel já havia sido preso no último dia 28, quando recebia uma mala com R$ 70 mil no aeroporto de Brasília. Com contas bancárias e bens bloqueados desde 2010, ele teria, segundo o MP, montado uma rede de lavagem de dinheiro que permitia que continuasse movimentando recursos financeiros por meio de empresas e contas em nome de outras pessoas. A prisão fez parte da Operação Argonauta, desencadeada justamente para pôr fim à suposta lavagem, e foi comandada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do MP. Com o fim do prazo da prisão temporária, Bibinho foi solto no último dia 5.

Na ocasião, também foram presos temporariamente mais quatro suspeitos: dois filhos de Bibinho – Eduardo Miguel Abib e Luciana de Lara Abib – e os irmãos Edivan e Sandro Bataglin. Luciana é apontada pelo MP como principal testa de ferro do pai. Já os irmãos Bataglin eram sócios de Abib e administravam a fazenda dele em Goiás.

Além das prisões, a Justiça ainda determinou o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão em Curitiba e Irati, no interior do Paraná, Macapá (AP), Caxias do Sul (RS), São João D´Aliança (GO) e Brasília (DF). Aconteceram ainda conduções coercitivas – quando a pessoa é levada forçosamente para prestar depoimento – de três pessoas: a filha de Bibinho Isabel Stein Miguel, Djalma Vieira de Souza e Benedito Henrique Reginato.

Por telefone, o advogado de Bibinho, Eurolino Reis, disse que não vai comentar a prisão do ex-diretor da Assembleia até tomar conhecimento da decisão do TJ.

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