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Veja quem são os principais presos |
Veja quem são os principais presos| Foto:

Prisões ocorrem 40 dias após início das denúncias

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Em nota, AL diz que vai colaborar com investigações

A reportagem da Gazeta do Povo tentou ouvir o presidente Nel­­son Justus (DEM) e o primeiro secretário Alexandre Curi (PMDB). O telefone de Justus estava desligado até o fechamento desta edição. Já Curi informou por meio da assessoria da AL que não se pronunciaria sobre as prisões. A diretoria de Comunicação da Assem­­bleia emitiu uma nota oficial, em que afirma: "A celeridade na entrega das informações [por parte da Casa] foi fundamental pa­­ra que o Ministério Público pudesse dar andamento às suas in­­vestigações. ... A Assembléia Legislativa do Estado do Paraná continuará cumprindo seu papel e colaborando com as investigações".

MP pede bloqueio de R$ 23 milhões

O Ministério Público do Paraná pediu na sexta-feira o bloqueio de R$ 23 milhões em bens dos diretores afastados da Assembleia Legislativa do Paraná Abib Miguel (diretor-geral), José Ary Nassiff (administração) e Cláudio Marques da Silva (pessoal), além do auxiliar administrativo João Leal de Mattos. O pedido do MP deve ser julgado na próxima semana por uma das Varas da Fazenda Pública em Curitiba. Se o pedido for acatado pela Justiça, os bens dos envolvidos ficam indisponíveis. Os R$ 23 milhões, de acordo com o MP, seriam utilizados para garantir o ressarcimento aos cofres públicos do dinheiro supostamente desviado na contratação irregular das agricultoras Jermina Maria Leal e Vanilda Leal.

Diante das denúncias da série "Diários Secretos", o Ministério Público abriu 20 in­­quéritos para apurar as supostas irregularidades. Um dos braços desta investigação chegou até o auxiliar administrativo da Assembleia João Leal de Mattos, irmão de Jermina. Ele é funcionário efetivo da Casa, lotado no gabinete da Diretoria-Geral. Vanilda foi demitida do gabinete da administração após as denúncias e Jermina já teria sido exonerada no ano passado.

  • Abib Miguel, ex-diretor geral, foi preso em casa na manhã deste sábado durante operação Ecotoplasma I.
  • A operação foi deflagrada pelo Gaeco na manhã deste sábado
  • Operação Ectoplasma I contou com a participação de policias de varias cidades do estado
  • A operação também resultou na apreensão de documentos, dinheiros e armas
  • O diretor-geral Abib Miguel: saindo de casa para a prisão.

Operação Ectoplasma I

Abib Miguel

José Ary Nassiff

Claudio Marques da Silva

Os diretores foram afastados após o início da série de reportagens "Diários Secretos", da Gazeta do Povo e da RPC TV, em 15 de março passado. Os mandados foram expedidos pelo juiz Aldear Sternardt, da Vara de Inquéritos Policiais de Curitiba, a pedido do Ministério Público, que fundamentou a ação nos indícios dos crimes de formação de quadrilha para falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro praticado por funcionário público). O juiz decretou segredo de Justiça para o processo.

Ao todo, os policiais apreenderam 73 carros; cerca de a R$ 250 mil em dinheiro (em reais, dólares e euros); um computador; um triturador de papéis; documentos picotados; seis armas e munição de uso restrito das Forças Armadas.

Ex-homem forte da Assembleia Legis­­lativa, onde trabalhou desde os anos 80, Abib Miguel foi detido em sua casa de três andares e forte esquema de segurança, no Seminário. Bibinho, como é mais conhecido, foi de camburão para a sede do Gaeco, em Curitiba. Deixou a casa aparentando tran­­quilidade. Os policiais recolheram do local aproximadamente R$ 50 mil em dinheiro, um triturador de papel e documentos picotados, além de um computador. R$ 10 mil estavam no porta-luvas de um dos carros do ex-diretor.

O ex-diretor de pessoal Claudio Marques da Silva, por sua vez, foi preso em flagrante por posse ilegal de armas. A polícia encontrou em seu apartamento seis armas de cano longo e munição de uso restrito do Exército, além de R$ 200 mil em dinheiro, espalhados em vários locais da casa. Marques disse que sacou o dinheiro por conta do processo de separação de sua mulher. O terceiro ex-diretor afastado detido ontem é José Ary Nassiff, que cuidava da área administrativa. Era braço-direito de Bibinho e sócio dele em uma empresa de pedra britada.

Temporário

Os mandados de prisões e de busca e apreensão foram autorizados com a justificativa de facilitar as investigações. As prisões são temporárias, por cinco dias prorrogáveis por mais cinco.

Demais envolvidos

Além dos ex-diretores, foram detidos o funcionário efetivo da Assembleia João Leal de Mattos e seis pessoas da família dele. Mattos era ligado a Bibinho e trabalhou no Legislativo paranaense por mais de 20 anos, lotado no gabinete da diretoria-geral. Ele é ir­­mão da agricultora Jermina Leal, que mora em casa humilde de Cerro Azul, é beneficiá­ria do Bolsa-Família e afirma nunca ter trabalhado na Assembleia.

Na conta bancária dela, no entanto, a Assembleia depositou R$ 380 mil durante quase cinco anos. A conta da filha de Jermina, Vanilda Leal, que mora nas mesmas condições perto da mãe, recebeu aproximadamente R$ 1,2 milhão no período. As duas foram detidas ontem. Além delas, também foram presas a cunhada (Nair Terezinha da Silva Schibicheski), a filha (Priscila da Silva Mattos), a sogra (Maria José da Silva) e a esposa (Iara Rosane da Silva) de João Leal. As quatro receberam da Assembleia depósitos que totalizam pelo R$ 4 milhões num período de cinco anos.

Segundo o coordenador do Gaeco do Paraná, promotor Leonir Batisti, o esquema desviou dinheiro público por meio da família Leal, cujos integrantes se recusaram a colaborar com as investigações.

Os presos não prestariam depoimento no sábado. Abib e Nassiff , por serem advogados, seriam transferidos para uma sala do Estado Maior da Polícia Militar. Os demais homens serão levados para o Centro de Triagem II, em Piraquara, e as mulheres para o Centro de Triagem I, no centro de Curitiba.

Ação

Participaram da Operação Ectoplasma 1 cerca de 50 policiais e promotores de seis cidades (Curitiba, Guaíra, Cascavel, Foz do Igua­­çu, Guarapuava e Londrina). As prisões fo­­ram realizadas em Curitiba, na região metrolitana e no litoral.

Os 73 automóveis apreendidos estavam em um terreno que pertenceria ao jardineiro de Bibinho, Izidoro Vosilk. Há cerca de 25 carros antigos, de coleção, que irão ficar, perante à Justiça, sob a responsabilidade temporária de Bibinho. A polícia quer saber de onde saiu o dinheiro para comprar a frota.

Defesa

Os advogados dos envolvidos foram procurados pela reportagem, mas não quiseram comentar as prisões.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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