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A agente comunitária Ivani de Lara foi à primeira audiência pública, no fim de março, e pediu ao prefeito Gustavo Fruet agilidade na construção de uma unidade de saúde no bairro Orleans | Brunno Covello / Gazeta do Povo
A agente comunitária Ivani de Lara foi à primeira audiência pública, no fim de março, e pediu ao prefeito Gustavo Fruet agilidade na construção de uma unidade de saúde no bairro Orleans| Foto: Brunno Covello / Gazeta do Povo

Onde participar

Veja as datas das outras audiências públicas. Todos os eventos ocorrem entre 19 e 21 horas:

Cajuru 7/04 Escola São Carlos Borromeu, Rua Francisco H. dos Santos, 610

Portão 8/04 Instituto Salesiano, Rua Rio Grande do Sul, 1.661

Bairro Novo 9/04 Escola Municipal Prof. Rejane Silveira Sachette, Rua Nova Aurora, 717

Boa Vista 10/04 Centro Pastoral João Paulo II, Rua Guilherme Ihlenfeldt, 1.040, Tingui

Pinheirinho 14/04 Escola Mun. de Educ. Esp. Tomaz Edison de A. Vieira, R. Leon Nicolas, s/nº, Pinheirinho

Boqueirão 15/04 SEST/SENAT, Rua Salvador Ferrante, 1.440

Na prática

Cara a cara com o prefeito no primeiro encontro em março

A agente comunitária de saúde Ivani de Lara, que mora no bairro Orleans, foi em uma audiência pública da LDO, na última semana, para reclamar sobre a destinação de um terreno para a construção de uma unidade de saúde no bairro. "Essa é uma reclamação antiga. Já exigimos há muito anos, mas nunca estive numa audiência pública", diz Ivani, que entregou um cartaz com a reivindicação ao prefeito durante a reunião. Ela saiu esperançosa com a resolução do problema. "É mais uma tentativa. Agora temos de esperar", comenta. A prefeitura diz que há previsão para doação de um terreno para a construção dessa unidade.

Site e redes sociais têm mais adesão

A presença da população nas audiências públicas para sugerir obras e áreas que merecem investimento não é tão grande quanto em outros canais de diálogo com a administração municipal. O telefone 156, site e redes sociais da prefeitura concentram a participação. Em 2013, foram quatro mil pessoas presentes nas audiências contra mais de 120 mil interações no Twitter e Facebook da prefeitura.

Para receber críticas e sugestões, a prefeitura de Curitiba criou um site específico. Lá, o usuário precisa fazer um cadastro e incluir a indicação de até três prioridades dentro de uma série de áreas, também pré-determinadas. No sistema, é possível escolher entre 19 temas. O site pode ser acessado pelo endereço loa.curitiba.pr.gov.br.

Desde a semana passada, a prefeitura de Curitiba está fazendo uma maratona de audiências públicas para discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A legislação, pontapé inicial para definição de quanto e em qual área o município investe no ano que vem, precisa ser amparada por discussões que envolvam a comunidade. No último dia 30 de março, na regional de Santa Felicidade, cerca de 300 pessoas, entre moradores da região e funcionários da prefeitura, estiveram no primeiro dos nove encontros que estão ocorrendo nas regionais.

"É fundamental que o eleitor entenda que ele precisa acompanhar o desempenho dos gestores e, nesse jogo, a peça fundamental é o orçamento público. Nenhuma obra pode ser executada a partir da simples vontade do político", comenta José Matias-Pereira, professor de Administração Pública da Universidade de Brasília (UnB). Embora a população tenha de participar das audiências, é preciso entender que o espaço serve pra discutir as questões coletivas e não as demandas individuais.

"Isso pode inibir a participação do cidadão e indica que esses espaços são ocupados pelas entidades que reúnem e organizam a sociedade civil. Elas terão mais voz nessa definição", aponta Antônio Oliveira, professor do Mestrado em Planejamento e Governança Pública da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). De acordo com ele, a audiência pública perde a eficácia se não há uma preparação da sociedade para usar o momento. "Corre-se o risco de que esse instrumento político de discussão seja instrumentalizado para servir como porta-voz das questões partidárias", diz.

Audiências públicas sobre a implantação do metrô e revisão do plano diretor, feitas pela administração municipal nos primeiros meses do ano, foram alvo de críticas por parte de ONGs e entidades. Alguns grupos não concordaram com a sistemática usada e afirmam que as reuniões não foram legítimas, porque era preciso fazer inscrição para fazer perguntas, havia limitação para falar e nem todos os questionamentos foram respondidos nas audiências.

O prefeito Gustavo Fruet (PDT) diz que essas reclamações não procedem porque há um esforço para ouvir a população. "Mas em algum momento, a administração terá de arbitrar sobre os assuntos, principalmente os mais técnicos. Do contrário, corre o risco de a discussão nunca ter fim", afirma. Para ele, a escolha do plano de governo, por meio das eleições, já é uma validação para as escolhas da gestão.

Em Curitiba, as audiências para discussão do orçamento de 2015 deverão ser acompanhadas por secretários municipais e pelo prefeito, que pretende estar em todas as reuniões. A audiência também serve como local de prestação de contas. Na segunda-feira passada, em Santa Felicidade, moradores da região questionavam o prefeito sobre promessas de campanha.

Nesse ano, o formato das audiências mudou e em vez de um grande grupo discutir todas as questões, há oito grupos de trabalho. Para falar sobre algum dos temas centrais (saúde, educação, habitação, trabalho e turismo, estrutura da cidade, cultura e juventude, ação social e gestão e serviços), haverá representantes das secretarias que devem responder aos participantes. De acordo com a prefeitura, a nova estratégia de participação servirá para otimizar as discussões.

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