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Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras: indefinição de como surgiram as propinas. | Fernando Bizerra Jr./EFE
Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras: indefinição de como surgiram as propinas.| Foto: Fernando Bizerra Jr./EFE

O ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco disse, em depoimento à Justiça Federal do Paraná, na tarde de terça-feira (30), que não sabe precisar se pediu propina para as empresas que prestam serviço para a estatal ou se partiu delas a iniciativa de fazer pagamentos a ele e ao ex-diretor Renato Duque.

“Foi uma coisa que foi acontecendo dos dois lados. Tanto um oferece, quanto outro recebe, vai estreitando o relacionamento e vai surgindo e quando a gente vê está no meio desse processo. Uma coisa continua, quando a gente vê já está acontecendo”, respondeu, ao ser indagado sobre o assunto pelo juiz Sergio Moro.

Barusco também acusou novamente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto de levar aos representantes da Diretoria de Serviços da estatal queixas das empresas envolvidas no esquema de propina.

Questionado por Moro sobre o que era discutido nas reuniões que ocorriam entre ele, Vaccari e o ex-diretor de Serviços Renato Duque, Barusco respondeu: “Eram aquelas questões: a empresa está reclamando que não consegue receber, que tem um aditivo que não saí, reclamando que foi passada para trás, diz que pegou terceiro lugar (numa licitação) e quer ver se não dava para pegar primeiro”.

Em seguida, o magistrado indagada quem trazia esse tipo de assunto para as reuniões, “O doutor Vaccari”, respondeu Barusco.

Nessas reuniões, segundo delator, também era discutido o pegamento de 0,5% do valor dos contratos da diretoria de serviços, mas esse “não era o tema central”.

Barusco confirmou ainda que todos os contratos da Petrobras em sua área havia pagamento de propinas “de forma quase que endêmica”. As empreiteiras que obtinham obras na estatal pagavam 2% de propinas de cada contrato, dos quais 1% iam para a Diretoria de Serviços e 1% para a Diretoria de Abastecimento, dirigida por Paulo Roberto Costa. Dos 1% para a sua diretoria, metade era destinado a ele próprio e ao diretor Renato Duque, enquanto que a outra metade ia para o PT.

Um dos procurados do Ministério Público Federal questiona, durante o depoimento, por que uma parte das propinas ia para o PT. “Para mim sempre foi uma espécie de incógnita. Não sei como começou, mas foi um crescente. Havia um costume de se pagar a propina. Era uma coisa quase que endêmica”, disse Barusco, em depoimento que foi divulgado no site da Justiça Federal do Paraná na manhã desta quarta-feira (1º).

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