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Denúncia contra Cunha diz que deputado recebeu US$ 5 milhões em propina. | Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados
Denúncia contra Cunha diz que deputado recebeu US$ 5 milhões em propina.| Foto: Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados

Extratos bancários da Suíça atestam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou empresas offshore para movimentar contas bancárias na Suíça, segundo fontes com acesso às investigações. Os documentos remetidos ao Brasil confirmam o depoimento do lobista João Augusto Rezende Henriques, um dos operadores do PMDB na Petrobras, sobre a existência de contas bancárias controladas por Cunha.

O Ministério Público da Suíça decidiu encaminhar à Procuradoria-Geral da República (PGR) um procedimento aberto naquele país para investigar o presidente da Câmara por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações começaram em abril e tanto o MP da Suíça quanto a PGR entenderam que as chances de punição do deputado são maiores no Brasil. Ele não pode ser extraditado, por exemplo, como constou em comunicado oficial da PGR sobre a existência das contas bancárias e da investigação.

A PGR faz uma avaliação dos extratos bancários encaminhados pela Suíça. Até agora, já se sabe da veracidade do depoimento do lobista do PMDB e que as contas são de empresas offshore vinculadas à Cunha.

Também seriam controladoras de contas na Suíça, onde estão depositados e bloqueados cerca de US$ 5 milhões, a mulher e uma filha do presidente da Câmara. Empresas offshore abertas em paraísos fiscais costumam ser usadas para esconder os verdadeiros beneficiários dos negócios.

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Preso desde 21 de setembro, na 19.ª fase da Operação Lava Jato, Henriques afirmou em depoimento à Polícia Federal ter feito pagamentos de propina em uma conta na Suíça. Entre os beneficiários dos pagamentos estava o presidente da Câmara, segundo o lobista.

O dinheiro se referia a compra e venda de um campo de exploração de petróleo no Benin, um negócio com valor inicial de US$ 15 milhões, conforme Henriques. A conta destinatária da propina foi indicada por Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz, já morto, ainda segundo o depoimento.

“Que, por fim, o interrogando gostaria de adicionar que em relação a aquisição pela Petrobras do campo de exploração em Benin, a pessoa que lhe indicou a conta para pagamento foi Felipe Diniz; Que Felipe Diniz era filho de Fernando Diniz; Que Felipe apresentava dificuldades econômicas; Que a conta indicada para o pagamento pertencia a Eduardo Cunha”, reproduziu a PF sobre o depoimento de Henriques.

A partir da chegada do procedimento de investigação remetido pelo Ministério Público da Suíça, a PGR deve abrir um novo inquérito para investigar Cunha. Se a apuração já estiver em fase avançada, uma vez que é feita desde abril pelos procuradores suíços, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode oferecer denúncia diretamente ao STF.

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