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FHC disse que qualquer reunião não pública pareceria “conchavo”. | Tânia Rêgo/Agência Brasil
FHC disse que qualquer reunião não pública pareceria “conchavo”.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A recusa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a situação política do governo causou constrangimento entre petistas.

PSDB vai à TV convocar manifestações contra o governo

  • BRASÍLIA

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta segunda-feira (27) que o PSDB fará inserções de rádio e televisão para convocar as pessoas a participarem das manifestações contra o governo marcadas para o dia 16 de agosto. Apesar de afirmar que o partido não deve ser protagonista dos protestos, o tucano diz que a legenda também não pode se omitir neste momento. Segundo o senador, as propagandas do partido apelarão para a indignação dos cidadãos em relação às ações do governo. “Aqueles que estiverem indignados ou até mesmo arrependidos mas, principalmente, cansados, devem sim se movimentar, ir às ruas”, disse. As inserções começarão a ser veiculadas nesta semana.

Aécio afirmou ainda que o governo passa por uma “grave crise de confiança” e que Dilma precisa admitir que mentiu durante a campanha eleitoral de 2014 e que errou na condução da política macroeconômica do país para reconquistar a credibilidade do seu governo.

Integrantes do partido consideraram um erro o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) ter declarado, a partir de notícias sobre suposto interesse de Lula no encontro, que Dilma estaria disposta a fazer o mesmo.

“O que me surpreendeu foram as declarações de Edinho dizendo que via isso [o encontro] com bons olhos. Esse episódio trouxe mais desgaste do que solução”, criticou o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Em mensagem postada no sábado (25) no Facebook, Fernando Henrique descartou conversa que não seja pública com o governo. Segundo ele, qualquer encontro reservado neste momento “pareceria conchavo”.

“O momento não é para a busca de aproximações com o governo, mas sim com o povo. Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo”, escreveu o ex-presidente.

O Instituto Lula já havia negado que o ex-presidente tivesse pedido a amigos em comum que marcassem um encontro com o tucano, conforme publicou o jornal Folha de S.Paulo na semana passada.

O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, hoje secretário de Relações Governamentais da prefeitura de São Paulo, ironizou a recusa de Fernando Henrique. “Hoje, com a fala de FHC, surgiu o cancelamento da reunião nunca tentada”, escreveu ele no Twitter.

O senador José Agripino (DEM-RN) disse que a oposição somente é procurada quando o governo não consegue apoio em sua própria base aliada. Para ele, o governo quer que a oposição assuma papel que caberia à sua base no Congresso.

Agripino afirmou que a oposição não se negaria a participar de debates dentro de uma agenda de “interesse nacional”. Mas ele pôs em dúvida o tipo de diálogo que o governo quer ter: “O objetivo deles é inverter as posições. O governo não conta com sua própria base e quer que sejamos governo, quando temos uma obrigação constitucional de fazer oposição”, ressaltou o oposicionista.

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