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“Trabalho mais na casa do senador. Como aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando.”Luciana Cardoso, assessora parlamentar | Zanone Fraissat/Futura Press
“Trabalho mais na casa do senador. Como aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando.”Luciana Cardoso, assessora parlamentar| Foto: Zanone Fraissat/Futura Press

A imagem do Senado sofreu outro arranhão ontem, com a publicação de entrevista de Luciana Cardoso, filha do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Luciana é contratada do gabinete do primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), e disse, ao jornal Folha de S. Paulo, que "trabalha mais em casa" porque o "Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo".

Luciana é secretária parlamentar, com salário de R$ 7,6 mil. Seu contrato com o Senado só se tornou público agora, já que ela não costuma frequentar o gabinete de Heráclito. Antes disso, Luciana havia sido secretária particular de seu pai nos dois mandatos, de 1995 a 2003.

Na entrevista, Luciana conta que cuida de assuntos pessoais do senador e que seu trabalho é "inacabável". Ela ainda disse não saber se recebeu ou não horas extras pagas pelo Senado em janeiro.

"Trabalho mais em casa, na casa do senador. Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando. Você já entrou no gabinete do senador? Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas. Mas se o senador ligar agora e falar ‘vem aqui’, eu vou lᒒ, disse a filha de FHC.

Heráclito evitou responder sobre as críticas de Luciana Cardoso. Segundo ele, o comentário dela diz respeito ao Senado como um todo e não exatamente ao seu gabinete. "Ela (Luciana) diz que o Senado é uma bagunça. Eu também queria um gabinete maior", afirmou.

Outros parentes

Chama a atenção ainda dois outros casos de comissionados do Senado, igualmente parentes de autoridades, que não dão expediente na Casa. É o caso da neta mais nova do ex-presidente Juscelino Kubitschek, Alejandra Kubitschek Bujones, e da primeira-dama de Sergipe, Eliane Aquino. Alejandra recebe salário de R$ 4,9 mil e está lotada na terceira-secretaria. Ela é cunhada do ex-senador e atual vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, que ao confirmar sua permanência no cargo, destacou sua "enorme competência". Seu contrato começou em 2006, quando Octávio era o terceiro-secretário do Senado. Alejandra disse que faz "trabalho de pesquisas", mas jamais foi vista no Senado.

Já a mulher do governador de Sergipe, Marcelo Déda, do PT, foi contratada em março de 2002 pelo gabinete do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), com salário de R$ 6,4 mil. O parlamentar afirma que ela o assessorava em Aracaju. Ontem, por meio da sua assessoria, ele informou que enviou um ofício pedindo ao diretor-geral o desligamento da funcionária. Até ontem à noite, o boletim do Senado não havia publicado a exoneração da primeira-dama.

O senador afirmou – também por intermédio da assessoria – que "lamenta o preconceito contra as esposas dos governadores, que devem ficar congeladas e servirem apenas como organizadoras de chás para primeiras-damas de prefeito e não podem exercer os direitos de cidadania, inclusive os de um trabalho construtivo em qualquer atividade pública ou privada, porque são deterioradas por quem alimenta a inveja, o desrespeito ou o preconceito".

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