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STF enviou pedido de inquérito contra Jacques Wagner para o juiz Sergio Moro. | José Cruz/
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STF enviou pedido de inquérito contra Jacques Wagner para o juiz Sergio Moro.| Foto: José Cruz/ Agência Brasil

A mudança na cadeira da Presidência da República no último mês passou o foco do noticiário da Operação Lava Jato para membros da alta cúpula atual do Palácio do Planalto, como os ministros do interino Michel Temer (PMDB). Isso, no entanto, não quer dizer que os inquéritos e processos que têm relação com os ex-ministros ligados à presidente afastada Dilma Rousseff (PT) não tenham avançado.

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Nesta quinta-feira (9), o Supremo Tribunal Federal (STF) enviou o pedido de inquérito contra o ex-chefe da Casa Civil Jaques Wagner para o juiz Sergio Moro, responsável pela condução do caso em Curitiba. A mudança de instância ocorre porque Wagner perdeu a prerrogativa de foro privilegiado quando deixou a função. Ele é citado na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral como envolvido no esquema.

O mesmo ocorreu no último mês com o inquérito envolvendo o ex-ministro das Comunicações Edinho Silva. Porém,o caso dele foi remetido para a Justiça Federal do Distrito Federal e não para Curitiba, já que não tem relação direta com os desvios da Petrobras. Edinho também é citado por Delcídio em delação premiada. Ele disse que o ex-ministro indicou indústrias farmacêuticas para quitar dívidas de campanha do ex-senador, em 2014.

Já sobre os outros ministros de Dilma enrolados na Lava Jato ainda não há definição. Conforme os procuradores da força-tarefa de Curitiba, cada caso pode gerar posicionamentos diferentes do STF. Tudo depende do grau de relação das investigações com pessoas que ainda mantêm o foro privilegiado, como a denúncia envolvendo o ex-presidente Lula, relacionada com as conversas gravadas com Dilma, que, apesar de afastada, continua com a prerrogativa.

A própria nomeação de Lula como ministro, ainda em março, quando Dilma ocupava a cadeira de presidente, é alvo de contestação no STF. Em abril, os ministros da Corte adiaram, sem marcar nova data, a apreciação do caso, que deve perder o objeto caso seja confirmado o impeachment da petista pelo Senado.

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Também já há investigação aberta contra o ex-ministro Aloizio Mercadante. Ele já prestou depoimento espontâneo à Polícia Federal de Brasília sobre a citação ao nome dele na delação premiada de Ricardo Pessoa, da UTC, que diz ter feito doações via caixa dois ao ex-ministro em 2010. Como não há relação direta do caso com a Lava Jato, é provável que o inquérito seja remetido a outro estado que não o Paraná.

Existem ainda pedidos de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra José Eduardo Cardozo e Ricardo Berzoini não apreciados pelo STF. O caso de Cardozo é mais complexo, pois envolve também Lula e Dilma, que ainda mantém foro.

Não há informações sobre o que levou a PGR a pedir investigações sobre Berzoini, mas suspeita-se de ligação com a delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez, que relatam que o ex-ministro queria estender as contribuições ao PT a outras áreas além da Petrobras.

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