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Abi no momento em que deixa a prisão: suspeitas em torno da oficina na qual ele é sócio. | Roberto Custodio/Jornal de Londrina
Abi no momento em que deixa a prisão: suspeitas em torno da oficina na qual ele é sócio.| Foto: Roberto Custodio/Jornal de Londrina

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apurou que comandantes da Polícia Militar (PM) frequentavam oficinas do empresário Luiz Abi Antoun, parente do governador Beto Richa (PSDB).

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Abi Antoun, que chegou a ser preso, apareceu em cena na Operação Voldemort, acerca de uma suposta licitação fraudulenta envolvendo a Providence Auto Center, oficina em Cambé da qual ele é um dos sócios, para o conserto de carros oficiais do estado. Nesta quarta-feira (25), o Gaeco indiciou os investigados nessa operação, incluindo Abi.

Servidores da Receita Estadual são afastados

A Secretaria de Estado da Fazenda anunciou nesta quarta-feira (25) o afastamento de todos os servidores da Receita Estadual de Londrina investigados na Operação Publicanos, sobre um suposto esquema de cobrança de propina dentro do órgão. Dentre os afastados, aqueles que atuavam em gerências ou chefias foram exonerados do cargo. Houve, também, a abertura de sindicâncias contra todos.

Segundo nota enviada pela Secretaria, uma força-tarefa composta por nove auditores fiscais de outras delegacias regionais da Receita vão agir com a Corregedoria do órgão para aprofundar as informações sobre os investigados.

Denúncias

A Fazenda também pede que empresários e vítimas de pedidos de suborno dos auditores denunciem.

Na avaliação do órgão, apesar do número de envolvidos no caso, “as prisões e investigações de servidores não afetaram o andamento dos serviços em execução nem o atendimento a contribuintes, cidadãos e contabilistas”.

Pessoas que conhecem uma das oficinas disseram ao Jornal de Londrina que oficiais da PM frequentavam o escritório de Abi. O Gaeco descobriu que Ismar Ieger, que aparece como dono da Providence mas que nas investigações é suspeito de ser “laranja”, comentou com outras pessoas sobre a presença de comandantes da PM no local.

Depoimento

A suposta influência exercida por Abi na PM também foi citada por Marcelo Caramori, ex-assessor da Casa Civil do Paraná, ao Gaeco. Caramori foi preso em janeiro sob a suspeita de envolvimento no caso de favorecimento à prostituição de adolescentes e também teria influência dentro da corporação policial. Em fotos publicadas nas redes sociais, o ex-assessor aparece ao lado de oficiais. Em uma outra, traja um uniforme da PM.

Segundo Caramori ao Gaeco, a influência de Abi na PM e na Receita Estadual era de conhecimento público. Abi seria responsável pela nomeação de chefes de fiscalização na Receita e de outras pessoas na polícia, segundo o depoimento.

Outro lado

O comando da Polícia Militar (PM) do Paraná afirmou que “desconhece até o momento qualquer envolvimento sobre a suposta influência de Luiz Abi Antoun junto à instituição militar” e que “não vai se furtar de investigar qualquer irregularidade, caso apareça”.

A PM também ressaltou, na resposta enviada, que as investigações que trouxeram à tona as supostas irregularidades contam “com a participação de policiais militares cedidos ao Ministério Público”.

O advogado Antônio Carlos Coelho Mendes, que defende Luiz Abi Antoun, não quis comentar o caso. Ele afirmou apenas que a sua postura é de “não discutir a causa na imprensa”. “O espaço para a discussão da causa é o processo.”

O advogado Leonardo Vianna, que representa Marcelo Caramori, não foi localizado pela reportagem.

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