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A primeira fase do XXI Exame de Ordem aconteceu no domingo passado (27) e, como há muito tempo não acontecia, recebeu duras críticas por parte de professores de cursos preparatórios e de examinandos na internet. De acordo com alguns portais especializados, o índice de aprovação deve ser bem baixo já na primeira etapa caso não haja a anulação de nenhuma questão.

A última vez que em que a primeira fase do exame foi arrasadora aconteceu no IX Exame de Ordem, cuja prova foi aplicada em dezembro de 2012. Na ocasião não foi publicada uma lista com os aprovados com base no gabarito preliminar. Apenas após a anulação de três questões é que a FGV divulgou a lista com os aprovados para a segunda fase. Do total de 118.217 examinandos inscritos para a primeira fase, 114.763 estiveram presentes e, destes, 19.134 conseguiram êxito na prova, o que representa um porcentual de aprovação de 16,67% entre os presentes, segundo dados da própria OAB. A taxa total de aprovação no IX Exame, após a segunda fase, foi de 10,6%. Até hoje esse é o índice mais baixo desde que a prova foi unificada, em 2010.

Desde então a prova tem seguido um padrão, uma lógica em cima de temas cobrados, segundo o diretor do Curso Luiz Carlos, Henrique Arns. Para ele, o que parece ter acontecido neste exame foi uma troca nos examinadores. “Pode não ter acontecido, mas essa é a sensação, porque eles mudaram o perfil de prova. Apareceram questões bem diferentes, e Estatuto e Ética, Constitucional e Penal foram as que mais chamaram a atenção. Civil foi uma prova relativamente normal, ECA foi normal. O fato é que essas disciplinas que concentram um número grande de questões acabaram pegando o pessoal de surpresa”, explica Arns.

Repercussão

Na internet, blogs especializados em analisar a prova e em dar dicas aos examinandos sobre como estudar fizeram postagens admitindo que erraram ao não imaginar que algo do gênero pudesse acontecer. Um dos mais conhecidos dos alunos é o Blog do Exame de Ordem, cujo autor admitiu ter errado em sua análise preliminar em um post intitulado “Prova do XXI Exame pode ter sido apocalíptica”.

Maurício Gieseler, advogado e autor do famoso blog, escreveu nesse post: “faço análises com o máximo de critério possível, sempre respeitando a inteligência alheia. E, quando erro, procuro me penitenciar. Como meu trabalho é público, o pedido de desculpas também deve ser. E eu errei”.

Gieseler admitiu que antes da prova escreveu que imaginava que ela seria igual às suas três antecessoras imediatas. “Fazia sentido, para mim, imaginar isso, afinal, todas as 3 provas foram bem elaboradas e não geraram controvérsias. Claro, tem sempre a questão da OAB não anular questões, em alguns casos de forma equivocada, mas nessas 3 edições tivemos ao menos número pequeno de recursos elaborados, coisa de 2 ou 3, no máximo, o que é um indicativo da qualidade geral da prova.” “Pois quebrei a cara! E quebrei feio! Acredito estarmos diante da pior prova do Exame de Ordem de todos os tempos!”

Henrique Arns afirma que, sempre que há uma mudança no perfil da prova, constata-se um índice de reprovação maior, porque a orientação é baseada em provas anteriores. “[O mau desempenho] não é isolado. É no Brasil inteiro. Não dá pra saber qual o intuito da FGV com essa mudança, já que as últimas cinco ou seis provas foram bem coerentes. Pode-se dizer que media o conhecimento do aluno. Essa prova, não. Direito administrativo, por exemplo, trouxe uma questão de direito econômico, que nem objeto da prova é”, explica.

E agora?

O candidato que não foi aprovado com base no gabarito preliminar não deve desistir, porque ainda há possibilidade de anulação de duas ou três questões. Já aquele que realmente ficou bem abaixou dos 40 acertos não deve desanimar, diz Arns. “Agora tem de levantar a cabeça, digerir um pouco essa não aprovação e seguir em frente. Vai ter nova prova no início do ano e tudo o que estudou é aproveitado, não é jogado fora”, relembra o diretor.

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