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A declaração do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo de Oliveira, de que novos concursos públicos não estão previstos no orçamento de 2017 gerou ansiedade e desânimo para quem mira em uma carreira pública, especialmente aqueles que se dedicam em período integral – os chamados “concurseiros”. Mas essa declaração não significa que não haverá mais concursos públicos no Brasil no próximo ano e a pausa nos certames federais poder ser encarada como uma oportunidade para se preparar mais.

A professora de cursos preparatórios Thaís Nunes conta que a informação divulgada pelo ministro gerou uma histeria coletiva entre muitos estudantes. Especialista em direito administrativo, ela explica como deve ser o verdadeiro impacto dessa notícia: “Em princípio, o Ministério do Planejamento só autoriza concursos de órgãos e entidades do Executivo da União. Mas, devido à instabilidade do país, é possível que sejam limitados os concursos para o Legislativo e Judiciário federais”, explica a professora.

Thaís diz ainda que empresas do governo que tenham alta rentabilidade, como por exemplo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios, podem realizar concursos se houver déficit de pessoal. Ela ressalta ainda que o anúncio do ministro não atinge os governos dos estados e municípios, que têm orçamentos próprios e podem fazer preenchimento de vagas conforme suas condições e necessidades.

Para quem é da área do direito, por exemplo, no estado do Paraná há inscrição aberta para o concurso do Conselho Regional de Odontologia, com vagas para assessor jurídico e procurador jurídico. Estão previstos, ainda, concurso da Assembleia Legislativa do Paraná e do Tribunal de Contas do Estado, que escolheu recentemente a Cesp/UnB como banca organizadora. Também há expectativa de que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) abra edital para servidores do primeiro grau de jurisdição.

O diretor do Curso Professor Luiz Carlos, Henrique Arns de Oliveira, relembra que já houve outros momentos de suspensão de realização de concursos. “O que se verifica na prática é que embora se coloque que a suspensão é de forma geral, nunca é”. Ele cita como exemplo o concurso do INSS, que já estava autorizado e teve prosseguimento mesmo após o anúncio do governo federal anunciar, no ano passado, de que não seriam realizados novos concursos.

Oliveira considera que, apesar da grande preocupação entre os alunos, esse tipo de anúncio é comum em momentos de crise, quando o governo está com dificuldades de caixa. Para ele, a notícia não deve ser motivo para desânimo, mas pode ser um incentivo para repensar a rotina de estudos e o foco.

Oportunidade na crise

Os especialistas em concurso público destacam que a entressafra é um momento para os candidatos se prepararem mais.

Para Oliveira, enquanto alguns estudantes vão desanimar, outros podem ganhar tempo e se preparar melhor para quando editais federais voltarem a ser abertos. “ O estudante tem que entender que está ganhando tempo para fazer uma preparação maior”, diz o diretor do Luiz Carlos.

Thais alerta, por outro lado, que os alunos devem se empenhar porque, como haverá bastante tempo para preparação, as notas de corte dos próximos concursos devem ser altas.

Quem já está preparado

Para o concurseiro que já se considera preparado para fazer as provas e se frustrou com a suspensão de novos editais, o conselho de Oliveira é manter o ritmo de estudo para não perder o que já conquistou. Uma alternativa também pode ser prestar concursos que não são exatamente para o cargo sonhado, o que pode possibilitar uma fonte de renda enquanto se aguarda abrir novos editais para concursos federais.

Outra opção é tentar redirecionar para concursos com espinha dorsal parecida, como é o caso das provas de tribunais que geralmente cobram direito constitucional, direito administrativo, direito processual civil, português e matemática. Mas é importante que os estudantes prestem atenção aos editais, porque mesmo que disciplinas iguais sejam cobradas, às vezes o conteúdo é diferente exigido.

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