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Mesmo relutante, como líder do PP na Câmara, José Janene acabou se transformando no pivô de um dos maiores esquemas de corrupção do país: o mensalão. “Quando vi as primeiras notícias do escândalo, ele falou pra mim: ‘Isso vai dar muito pano pra manga’”, conta a ex-esposa do parlamentar, Stael Fernanda. E deu: Janene foi apontado como o destinatário de R$ 4,1 milhões do valerioduto. “Até acredito que ele pegou esse dinheiro, mas não levou”, diz a mulher. Mesmo figurando entre os réus do processo no Supremo Tribunal Federal, o político foi absolvido por seus colegas da Câmara em uma sessão esvaziada – 147 dos 513 deputados faltaram.

O líder do PP, porém, nem acompanhou a análise da cassação. Já estava em licença médica convertida, no fim de 2006, em aposentadoria por invalidez de R$ 12,8 mil. Janene sofria de problemas cardíacos. O plano sempre foi voltar para a política, o que nunca ocorreu. O vácuo acabou preenchido por um político com votações inexpressivas na região até então: André Vargas, à época no PT. “Como foi o André, poderia ter sido qualquer outro [que herdou o capital político de Janene]”, diz um político londrinense.

Segundo fontes, Janene não preparou Vargas como sucessor, apenas “deixou ele trabalhar”. Nas eleições de 2006, o ex-petista fez 83,2 mil votos. Já em 2010 – um mês depois da morte de Janene–, Vargas foi reeleito como o 3.º deputado federal mais votado do Paraná, com 152 mil votos. “O André tentou ser o Janene, mas deu muito errado”, diz um ex-funcionário do ex-parlamentar do PP. Depois das denúncias de envolvimento com Alberto Youssef, Vargas teve o mandato cassado pela Câmara em 2014. (KB)

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