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Ministério Público de Londrina investiga a máfia dos auditores. | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Ministério Público de Londrina investiga a máfia dos auditores.| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Auditores fiscais denunciados na Operação Publicano como integrantes de uma organização suspeita de favorecer a sonegação de impostos em troca de propina empurraram a família para dentro do esquema, segundo apontam as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Em alguns casos os familiares foram colocados como donos “formais” de empresas que na verdade pertenceriam aos auditores, segundo o Gaeco. Conforme os investigadores, há casos de empresas que eram usadas para fazer transações fictícias e gerar créditos de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Entidades repudiam perseguição a jornalistas da RPCTV

Em nota conjunta divulgada nesta quarta-feira (15), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor) e o Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná denunciaram ameaças à vida sofridas por profissionais da RPC TV que estão cobrindo denúncias ligadas à Receita Estadual do Paraná. As entidades afirmam que, “assim como toda a sociedade”, estão “assombradas” com as denúncias de corrupção e rede de pedofilia e apoiam a continuidade das investigações pelos órgãos competentes. As ameaças sofridas pelos jornalistas são ainda mais graves, de acordo com as entidades, por que as investigações envolvem pessoas “muito próximas ao governador” Beto Richa (PSDB), como seu parente Luiz Abi Antoun e o ex-inspetor da Receita Marcio de Albuquerque Lima, que está foragido. “Isso é uma grave ameaça à liberdade de imprensa e ao exercício profissional dos que cumprem seu papel de investigar e divulgar crimes que acontecem em nosso estado”, diz o texto.

As suspeitas recaem sob a Tarfil Comércio de Tarugo e a Perfil, Metais e Alumínios. Há casos de empresas de factoring, como a Paraná Cash e a Masterinvest. Nesses casos a propriedade real das empresas é atribuída pelos investigadores a Luiz Antônio de Souza, que era inspetor-geral de fiscalização da Delegacia da Receita Estadual em Londrina.

Souza é o investigado que mais tem familiares denunciados pelo MP: além das suas duas irmãs presas (uma auditora fiscal, Rosângela Semprebom, e outra servidora da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, Rosineide de Souza), ele teve a esposa, sogra, uma filha e a mãe também denunciadas pelo Ministério Público.

A Tarfil tem como proprietária oficial Tatiane Vieira, que trabalha como copeira no Comando Regional da Polícia Militar, contratada por uma empresa terceirizada. Em depoimento ao Gaeco, ela disse desconhecer a existência da empresa. A Tarfil foi aberta pelo contador Hederson Flávio Bueno, ex-cunhado de Souza e irmão de Marco Antônio Bueno, outro auditor fiscal preso. Para o Ministério Público, ele é integrante do esquema, embora tenha colaborado com as investigações. O advogado dele, Itauby Moraes, diz que seu cliente apenas abriu a empresa.

O advogado Walter Bittar, que defende Rosineide e Rosângela, irmãs de Souza, tem dito que elas só estão presas pelo parentesco com o auditor. Bittar também é advogado de Souza, mas só na esfera cível.

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