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Dilma e Temer puxam a fila dos novos ministros do governo: articulação para evitar as pautas-bombas. | Adriano Machado/Reuters
Dilma e Temer puxam a fila dos novos ministros do governo: articulação para evitar as pautas-bombas.| Foto: Adriano Machado/Reuters

A reforma ministerial concluída na semana passada não foi suficiente para aumentar a expectativa de votos favoráveis à manutenção dos vetos presidenciais na sessão do Congresso desta terça-feira (6). Em reunião na segunda-feira (5) entre líderes da base governista na Câmara e o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), o Planalto estimou ter os mesmos 200 votos que contabilizava antes da dança das cadeiras. Os vetos são uma verdadeira pauta-bomba que, se ativada, aumenta consideravelmente os gastos da União.

Na Casa Civil, Jaques Wagner tenta se descolar da imagem de lulista

O novo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), busca combater a avaliação geral de que é um interventor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo da presidente Dilma Rousseff. Em conversas com auxiliares, ele tem demonstrado “incômodo” com a construção da sua imagem apenas como lulista.

Na quarta-feira (7), Wagner assume o lugar de Aloizio Mercadante, que volta para a o Ministério da Educação após 20 meses no comando da Casa Civil. Nesse período, ele se consolidou como “fiel escudeiro” da presidente, mas não conseguiu manter uma boa relação com o Congresso.

Wagner tem dito a auxiliares que pretende ser “um construtor de pontes” não só entre o governo e o Congresso, mas também entre as diferentes alas do PT. O novo ministro gosta de ressaltar aos mais próximos que é “lulista e dilmista, um híbrido”. “Sou amigo dos dois”, diz ele, nessas conversas.O novo ministro também não se cansa de lembrar que sempre teve uma boa relação com Dilma quando ambos foram ministros no primeiro mandato de Lula e davam expediente dentro do Palácio do Planalto.

Entre julho de 2005 e março de 2006, Wagner foi ministro das Relações Institucionais. No mesmo período, Dilma ocupou chefia da Casa Civil.

Lideranças partidárias dizem que as trocas promovidas na Esplanada dos Ministérios podem não dar ao governo o resultado esperado no Congresso.

Berzoini fez apelos para que os vetos sejam mantidos aos líderes da Câmara e do Senado, Casa onde a situação é mais favorável ao governo. O que mais preocupa a Esplanada é o do reajuste dos servidores do Judiciário.

O impacto é de R$ 36,2 bilhões até 2019, segundo o governo. Para ser derrubado, cada um dos vetos precisa ter pelo menos 257 dos 513 votos de deputados e 41 dos 81 senadores.

O líder do governo, José Guimarães (CE), admitiu não esperar uma votação tranquila. “Eu não posso antecipar a votação. Política é risco. Mas estamos confiantes”, afirmou.

Para o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE), o “governo conta com a consciência dos parlamentares para os danos que a derrubada dos vetos pode causar à economia do Brasil”. No seu partido de 39 deputados, há quem reclame que legendas não tão fiéis ao governo receberam ministérios com orçamentos vultosos.

O alvo principal da queixa, nesse caso, é o PDT, partido de 18 deputados que deixou a base do governo rumo à “independência” e recebeu o Ministério das Comunicações, cujo orçamento deste ano é de R$ 778 milhões.

O PSD, com 18 deputados, manteve sob seu comando o Ministério das Cidades, mas perdeu o da Micro e Pequena Empresa. Ontem à noite, o governo tentou fazer o líder do partido na Câmara, Rogério Rosso (DF), retirar seu requerimento para que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, seja convocado para explicar na Casa a crise econômica.

No PC do B também houve descontentamento. O ministro Aldo Rabelo foi transferido de Ciência e Tecnologia para a Defesa. No partido de 11 deputados, consideraram a troca “injusta” porque a nova pasta da legenda é estritamente técnica e não dialoga com sua base social.

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