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Eduardo Requião: a melhor gestão de portos do Brasil fica sob suspeita. | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Eduardo Requião: a melhor gestão de portos do Brasil fica sob suspeita.| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Bens adquiridos

Relatório feito pelos investigadores do Cope revelam que a empregada Elizabeth Quintanilha Jorge adquiriu:

- Cinco imóveis que somam mais de R$ 370 mil,

- Seis veículos;

- E também foi constatado, que ela tinha um contrato de compra e venda de um apartamento em Curitiba avaliado em R$ 160 mil.

O Ministério Público do Paraná (MP) deve iniciar já na próxima semana uma investigação para apurar a origem dos cerca de US$ 180 mil (aproximadamente R$ 360 mil, segundo cotação média do primeiro semestre de 2009) que foram roubados da casa do ex-superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina Eduardo Requião. De acordo com a denúncia do MP, feita em dezembro de 2009, o valor foi furtado por Elizabeth Quinta­­­nilha Jorge, empregada doméstica que trabalhava na casa de Eduardo. O caso foi revelado pelo colunista da Gazeta do Povo Celso Nascimento nesta semana. A reportagem da Gazeta do Povo teve acesso ao inquérito de 117 páginas do Centro de Ope­­­rações Policiais Especiais (Cope) que investigou o furto. Os documentos mostram que a promotora Ângela Domingos Calixto já havia pedido à Justiça para notificar Eduardo Requião para que explicasse a origem dos dólares em espécie.

No dia 21 de janeiro deste ano, a juíza Luciane Ludovico, da 5.a Vara Criminal de Curitiba mandou intimar Eduardo para apresentar "documento referente a compra dos dólares para apurar o exato montante subtraído", mas o oficial de Justiça não o encontrou para entregar a intimação. O oficial relatou que em conversa com Sérgio Botto de Lacerda, ex-procurador-geral do Estado e advogado de Eduardo, soube que o ex-superintendente do Porto estava morando em Brasília. Na época, Eduardo Requião respondia pela escritório de Representação do Paraná na capital federal.

O inquérito mostra que no dia 15 de setembro de 2009 Eduardo procurou o Cope para denunciar o furto. No depoimento, ele acusa Elizabeth de se apropriar do valor. O ex-superintendente do Porto relatou à polícia que os US$ 180 mil dólares em espécie estavam "guardados dentro do guarda-roupas do quarto" e que desconfiou da empregada quando ela passou a efetuar gastos in­­­compativeis com a renda mensal (que era de R$ 800).

Eduardo diz ter achado, inicialmente, que os bens que ela ostentava eram fruto de alguma irregularidade no Porto de Paranaguá, já que Elizabeth teria amigos trabalhando no local. No entanto, após uma auditoria, afirma Eduardo no depoimento, constatou-se que o dinheiro foi roubado de dentro de sua própria casa.

"Após uma profunda investigação junto a auditores do Porto, descobriu-se que nenhuma irregularidade estava ocorrendo naquele lugar. Ao contrário, culminou por descobrirem que a irregularidade estava ocorrendo no interior da [minha] residência", afirmou Eduardo Requião em depoimento.

O Cope apurou que com o dinheiro roubado, Elizabeth comprou imóveis e veículos que eram colocados em nome de familiares. Elizabeth foi ouvida pelos policiais e confessou ter roubado o dinheiro "num mo­­­mento de fraqueza". Ela se disse arrependida do crime e prometeu ressarcir os US$ 180 mil. No dia 3 de novembro do ano passado, a empregada do­­­méstica assinou um termo de transação para reparação de dano, onde ela se comprometeu a transferir para Eduardo Re­­­quião quatro imóveis que somados totalizava R$ 565 mil.

A diferença de R$ 205 mil entre o que foi roubado e o que seria ressarcido diz respeito, segundo o inquérito, aos danos morais causados pelo crime. Apesar da devolução do dinheiro roubado, ela foi denunciada no dia 10 de dezembro por furto qualificado. Se for condenada, Elizabeth pode ficar presa de dois a oito anos, além de ter de pagar uma multa.

A Gazeta do Povo procurou Eduardo Requião no telefone residencial e no celular, mas nin­­guém atendeu. A reportagem também tentou falar com Elizabeth, mas o celular fornecido por ela à polícia estava desligado. Um parente de Elizabeth informou que ela só poderia falar com autorização do advogado, que não foi localizado pela reportagem.

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