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O presidente da Câmara disse que a decisão de levar o caso para ser definido pela cúpula da Casa é porque não pode bancar o “salvador da pátria” | Brunno Covello/Gazeta do Povo
O presidente da Câmara disse que a decisão de levar o caso para ser definido pela cúpula da Casa é porque não pode bancar o “salvador da pátria”| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Depois de minimizar a repercussão negativa pela aprovação da chamada “bolsa-esposa”, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), admitiu nesta segunda-feira (2) que vai propor a revisão das passagens para cônjuges de parlamentares após a medida ser atacada pela sociedade.

Após críticas, Cunha recuará de passagem para cônjuge de deputado

O peemedebista convocou uma reunião às 11h desta terça-feira com a Mesa Diretora, que aprovou a medida, para discutir os termos do recuo.

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Cunha vai sugerir nesta terça-feira aos outros integrantes da Mesa Diretora da Casa regras mais rígidas para a concessão dos benefícios. A ideia é que os parlamentares tenham que solicitar à Casa autorização para o uso dos bilhetes para a mulher ou marido, entre o Estado e a capital federal, em casos específicos. Os técnicos da Casa ainda avaliam os critérios.

“Não foi precipitado. Não acho que foi precipitado nem que deveria tomar mais cuidado. Acho muito bom quando se faz uma atitude e pode ter tranquilidade de vir e rever, cometer situações que temos uma convicção e vemos que a convicção não teve a receptividade da opinião pública”, disse.

E completou: “Não somos imunes a críticas e possíveis erros. Temos que ter tranquilidade para resolver o problema.”

O presidente da Câmara disse que a decisão de levar o caso para ser definido pela cúpula da Casa é porque não pode bancar o “salvador da pátria”. “Não pode a decisão ser da Mesa, causar desgaste e eu ser o salvador da pátria e revogá-la. Cabe a mesa.”

A volta da concessão das passagens para mulher e deputado foi uma proposta de campanha de Cunha. O congressista afirmou que a medida foi mal interpretada e tratada erroneamente como “regalia”.

“Foi uma repercussão muito negativa. Não houve entendimento correto. Estamos sempre subordinados a vontade da opinião pública”, afirmou.

Em 2009, a Câmara restringiu o uso dos bilhetes aos deputados e assessores, depois do episódio que ficou conhecido como “farra das passagens”, quando deputados usaram dinheiro público para custear viagens de familiares, assessores, cabos eleitorais para destinos nacionais e internacionais.

Nesta segunda (2), a bancada do PT na Câmara decidiu aderir ao movimento contra a chamada “bolsa-esposa” -ou “transpatroa” como apelidaram alguns congressistas. Os petistas reforçam a articulação que conta com a participação de PSDB, PPS e PSOL contra a regalia. Com os 65 deputados do PT, agora, o grupo tem 135 congressistas que se comprometeram a não utilizar o benefício.

A bancada do PC do B, com 13 deputados, informou que também abriu mão na semana passada do uso das passagens para cônjuges. Segundo os parlamentares, a autorização ‘‘confronta a essência’‘ do uso da verba, que deve ser, exclusivamente, para gastos relacionados à atividade parlamentar.

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