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Presidente Dilma Rousseff disse que resistirá ao processo de impeachment. | Evaristo Sá/AFP
Presidente Dilma Rousseff disse que resistirá ao processo de impeachment.| Foto: Evaristo Sá/AFP

A presidente Dilma Rousseff disse que vai ficar de “coração partido” se não estiver no cargo a tempo de ver resultados da transposição do rio São Francisco.

Dilma também afirmou que não vai “para debaixo do tapete”, mas resistirá ao processo de impeachment, e que um eventual governo Temer – sem citar seu nome – quer superar a crise econômica somente cortando programas sociais.

Nesta sexta-feira (6), o impeachment de Dilma passou favoravelmente pela comissão especial do Senado e irá ao plenário da Casa, onde poderá ser definido o afastamento da presidente. Ela visitou obras do eixo norte do projeto de integração do rio São Francisco, em Cabrobó (PE).

“Se tiver uma coisa que eu vou ficar muito triste na minha vida é não estar aqui no dia que a dona Maria ou o seu João abrirem a torneira e a água escorrer, e eu não estar aqui para comemorar com vocês”, declarou Dilma, e completou: “Quero dizer que meu coração vai ficar partido. Vai ficar partido porque é uma grande injustiça.”

Dilma voltou a exaltar os 13 anos em que o PT está na Presidência, mencionando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por várias vezes no discurso, e a atacar abertamente os mandatos de Fernando Henrique Cardoso.

A presidente enfatizou que orgulha-se das escolhas que fez, e destacou que ela e Lula possibilitaram que pessoas pudessem viajar de avião pela primeira vez. Ela opôs o projeto petista ao eventual governo Temer, sem mencionar o vice.

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“Ninguém votou em mim pelos meus belos olhos, apesar de eles serem muito belos”, brincou Dilma, ao falar dos compromissos que assumiu na campanha, polarizando-se com o eventual governo que a substituirá se ela for afastada pelo plenário do Senado na semana que vem.

Nesta sexta-feira, a comissão especial do impeachment na Casa aprovou parecer a favor do impeachment por 15 votos favoráveis, cinco contrários e uma abstenção.

“Acham que é um desperdício, um gasto desnecessário o Bolsa Família para a quantidade de famílias que nós colocamos o Bolsa Família para elas”, disse a presidente, falando novamente que o governo interino tirará 36 milhões do Bolsa Família, e que a filosofia para essas pessoas será “Os 36 milhões que se virem”.

“Resolveram que essa crise tem que ser enfrentada reduzindo só programa social. Reduzindo. Às vezes, eles mudam a palavra para “rever”, às vezes é “revisitar”, outras vezes é “focar”. Mas é isso que está em curso. Então vamos aqui pensar nós todos juntos”, declarou, e complementou: “É porque se forem para eleição direta, o povo não vota neles. É por isso.”

Dilma negou que vá renunciar ou ficar resignada, e disse que não vai “para debaixo do tapete”. De acordo com a presidente, ela é a “prova da injustiça”.

“Se eu renunciar eu vou pra debaixo do tapete, eu vou ficar aqui brigando. Porque eu sou a prova da injustiça. Eles estão condenando nesse impeachment uma pessoa inocente. E não há nada mais grave do que condenar uma pessoa inocente.”

Nesta quinta, Dilma foi ao Pará, para inaugurar a usina de Belo Monte e outras unidades do Minha Casa Minha Vida. Nesta sexta, depois de cerimônia do Minha Casa Minha Vida no Planalto, ela foi a estações para transposição do rio São Francisco, em Pernambuco. No sábado, irá ao Tocantins com vistas a inaugurar uma sede da Embrapa Pesca e Aquicultura. Na segunda, Dilma viaja para a capital goiana a fim de inaugurar obra no aeroporto da cidade.

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