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A presidente Dilma Rousseff disse não se preocupar com o coro do "Volta, Lula", horas depois de um deputado da base aliada defender publicamente que o PT lance a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Isso não me pega", afirmou Dilma na noite de anteontem (28) a jornalistas esportivos de jornais e emissoras de TV, no Palácio do Alvorada.

"Ninguém vai me separar do Lula nem ele vai se separar de mim", disse a presidente, ao ser questionada sobre o movimento de setores da base e do próprio PT vocalizado pelo líder do PR na Câmara, Bernardo Santana (MG), que pendurou uma foto presidencial de Lula em seu gabinete. A presidente também afirmou que "não perde o sono" por causa da crise da Petrobras. E ressaltou que a estatal não pode pagar por erros de funcionários, sem citar nomes. Seguem trechos da entrevista.

"Volta, Lula"

"Ninguém vai me separar do Lula nem ele vai se separar de mim. Sei da lealdade dele a mim e ele da minha lealdade a ele. Conheço o Lula desde 2000 e tenho uma convivência direta com ele desde 27 de abril de 2005. Todos os dias. Sabem lá o que é isso? Temos, eu e o Lula, uma relação de muita lealdade. Sou muito grata a ele. Existe uma coisa que é lealdade. Então, isso não me pega."

Pesquisas

"As pesquisas são importantes, mas na hora de votar as pessoas vão levar em consideração se sou importante ou não para o futuro delas, se a vida delas vai melhorar - como melhorou nosso governo - se eu for eleita. É isso que está em jogo."

Efeito Copa

"Não acho que a Copa vai decidir minha eleição. Não vai me ajudar nem me prejudicar. O Brasil pode ser campeão e eu perder a eleição, o Brasil pode perder a Copa e eu ser reeleita. Eu vou torcer muito para o Brasil ser campeão."

Petrobras

"Não perco o sono. Eu leio os jornais. E vejo neles que problemas decorrentes de erros de funcionários acontecem em empresas privadas também. É injusto manchar dessa maneira a imagem da empresa que mais investe no Brasil. Tenho certeza de que em 30 anos a Petrobras vai ser a maior empresa do mundo no negócio do petróleo."

Manifestações

"Não temo as manifestações, entendo que o Brasil já digeriu os protestos. Vem digerindo desde junho. Tudo ocorreu de forma democrática, apesar de excessos inadmissíveis, como a morte do cinegrafista da Band. Não houve fissura nas instituições. Acredito que os protestos não vão acontecer, mas, se acontecer, é da democracia."

Reforma política

"É inevitável que aconteça. Não podemos ter um Congresso em função das empresas privadas. Mas é fundamental que a reforma venha da consulta popular, e não imposta de cima para baixo."

Energia

"Falaram que eu ia inundar a Amazônia com as hidrelétricas. Mas não se constrói hidrelétricas sem represas. Contratamos as termoelétricas, investimos, e agora não querem que as usemos. Vamos, sim, usar as termos. Acabou a moleza com as contas de energia."

Mais Médicos

"Vamos atender cerca de 45,6 milhões de pessoas. Se tem um programa que nós apanhamos, e como, foi o Mais Médicos. Mas, se não tivesse sido implementado, a situação dos hospitais estaria bem mais complicada."

Inflação

"Não sei de onde vem tanta preocupação. Alguns chefes de Estado me perguntam porque no Brasil se divulga a cada mês os números da inflação, e não apenas no final do exercício. A inflação no governo Fernando Henrique foi de 12% (em 2002), no Lula chegou a 9% (em 2003), e no meu está em 6,2%. É só comparar."

Economia

"Nós já estamos em processo de recuperação, assim como China, Estados Unidos e um pouco a Europa. Para nós é importante a recuperação dos Estados Unidos, isso nos beneficia diretamente."

Espionagem

"Não tem desculpa o que aconteceu com o vazamentos das nossas informações. Ele (Barack Obama) pediu desculpas, mas não dá para aceitar. Não vou fazer uma viagem de chefe de Estado aos Estados Unidos em breve. Imagina eu chegar lá e no dia seguinte o (Edward) Snowden vazar informações minhas. Tenho por ele a maior admiração, pelo democrata que é, pelas políticas públicas que tem adotado nos Estados Unidos. Ele me liga sempre e nossa relação é a melhor possível."

Putin

"Quando aconteceu o vazamento do Snowden, estávamos na reunião do G-20 em Moscou e o Obama veio me pedir desculpa. O Putin estava ao meu lado e cochichou: ‘Dilma, espionagem é da vida’ (risos)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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