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Mário Góes deu seu depoimento sobre o esquema de corrupção nesta segunda-feira (3) para o juiz Sergio Moro. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Mário Góes deu seu depoimento sobre o esquema de corrupção nesta segunda-feira (3) para o juiz Sergio Moro.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Ao explicar seu intrincado sistema de distribuição e compensações de propinas no Brasil e no exterior, o lobista Mário Góes disse ao juiz Sergio Moro que era impossível saber com exatidão a que empreiteira se referia cada pagamento que fez ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.

“Os valores não tinham carimbo. Recebia [dinheiro nas contas], fazia as contas, tinha outros recebimentos de várias companhias. E nesses valores a gente fazia compensação”, disse Góes, mais recente delator da Operação Lava Jato, em audiência nesta segunda-feira (3).

Barusco foi gerente na Diretoria de Serviços da Petrobras, controlada do PT, e desde fevereiro se tornou um dos principais delatores do esquema de corrupção na estatal.

Para obter redução de pena, Góes aceitou devolver R$ 38 milhões à Petrobras e a contar em detalhes como funcionou o uso de suas empresas para o recebimento de propina para o ex-gerente Pedro Barusco.

Engenheiro naval de formação, o dono da empresa Riomarine voltou a afirmar nesta segunda, diante do juiz Sergio Moro, que firmou dois contratos com a OAS para disfarçar o recebimento de propina que deveria ser entregue a Barusco. Os serviços de consultoria previstos jamais foram prestados e os pagamentos caíram nas contas da empresa no Brasil.

O lobista também voltou a dizer que recebeu pagamentos da empreiteira Andrade Gutierrez, relativas a propina para Barusco, em contas em nome de offshores na Suíça.

Indagado pelo juiz se tinha conhecimento do repasse de propina na Diretoria de Serviços para o PT, o delator desconversou . “Ele [Barusco] dizia que parte dos pagamentos ia para o partido e ele também não se metia. Eu queria saber menos ainda. Eu nunca soube de nada nem nunca quis saber”, disse Góes.

Em ocasiões anteriores, as defesas das duas empreiteiras negaram ter realizado pagamentos de propina para dirigentes da Petrobras e a agentes públicos.

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