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O doleiro Alberto Youssef afirmou, em depoimento na Justiça Federal nesta terça-feira, que as empreiteiras Odebrecht e Brasken depositavam as propinas relativas ao esquema de corrupção da Petrobras no exterior.

O doleiro também afirmou ter entregado, a pedido de fornecedoras da estatal, propina em dinheiro no seu escritório, na Zona Sul de São Paulo. Os recursos teriam sido usados para alimentar as contas do PP e do PT. Youssef disse ainda que fez pagamentos na porta do diretório nacional do PT em São Paulo.

“Eu cheguei a usar uma das empresas do seu Waldomiro (laranja de Youssef) para fazer uma operação para (a empresa) Toshiba onde eu pude, então, não só pagar o Partido Progressista (PP), mas também pagar o Partido dos Trabalhadores (PT). Foram dois valores de R$ 400 e poucos mil que foram entregues, a mando da Toshiba ao tesoureiro João Vaccari (Neto)”, disse.

Youssef volta a prestar depoimento

Ele foi interrogado na ação penal que trata da lavagem de dinheiro de um contrato entre a empresa Labogen - da qual ele seria sócio oculto - e o Ministério da Saúde

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De acordo com o doleiro, a primeira parcela da propina foi retirada pela cunhada do tesoureiro do PT, Marice Correa de Lima, em seu escritório. O segundo valor foi entregue na porta do prédio do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, pelo funcionário do doleiro, Rafael Ângulo, a um representante da Toshiba, que teria repassado o dinheiro a Vaccari.

No interrogatório, Youssef reforçou ainda o pagamento a agentes públicos. Ele citou que a maior parte da propina operada por ele ia para os cofres do PP, por meio do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa.

Até o momento, a Odebrecht, maior construtora em atividade no país, não foi denunciada formalmente pelo Ministério Público Federal (MPF) e vem negando veementemente as suspeitas contra a empreiteira.

As propinas pagas seriam referentes aos contratos que a empreiteira tinha na Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Youssef afirmou ainda que os contatos na empreiteira eram feitos pelo Cesar Rocha, diretor financeiro da Odebrecht Engenharia Industrial, e Marcio Faria, diretor da Odebrecht Engenharia Industrial. E na Braskem, Alexandrino Alencar, que também é funcionário da Odebrecht. “Uma vez recebi uma ordem, não me lembro se foi em uma das contas indicadas por Carlos Rocha ou Leonardo (Meirelles), da Odebrecht que a remessa foi feita pela construtora Del Sur”, afirmou.

Em nota, a empresa afirma: “A Odebrecht e seus integrantes negam as alegações caluniosas feitas por doleiro réu confesso em investigação em curso na Justiça Federal do Estado do Paraná. A Odebrecht nega a existência de qualquer irregularidade nos contratos firmados com a Petrobras, todos conquistados de acordo com a lei de licitações públicas.”

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