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| Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Folhapress

A publicitária Mônica Moura, mulher e sócio do marqueteiro João Santana, disse à Polícia Federal que a Odebrecht usou caixa dois para pagar parte da campanha do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

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Os pagamentos foram feitos através da mesma offshore que os investigadores da Operação Lava Jato dizem que foi usada pela empresa para pagar propina aos ex-diretores da Petrobras. Os pagamentos não foram declarados nem no Brasil nem na Venezuela.

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Mônica Moura e João Santana são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em propina desviada da Petrobras através de contas não declaradas na Suíça. Em depoimento à PF na quarta-feira, Mônica negou que o dinheiro tenha origem em contratos no Brasil.

A publicitária informou que todos os valores depositados na conta da offshore Shellbill, usada pela Odebrecht para pagar parte da campanha de Chávez em 2011, vieram de trabalhos do casal no exterior. Além da Venezuela, eles teriam recebidos na conta depósitos relativos a campanha do presidente da Angola, José Eduardo Santos, e do presidente do Panamá, Danilo Medina.

A campanha de Chávez, segundo Mônica Moura, teria custado US$ 35 milhões e que grande parte foi paga através de caixa dois. De acordo com ela, em razões das dificuldades de recebimentos “vários doadores de forma não contabilizada”. Os pagamentos saíram da Odebrecht, segundo a publicitária, foram feitas através da offshore Klienfeld, usada pela empreiteira para pagar os ex-diretores da estatal Renato Duque e Paulo Roberto Costa.

De acordo com Mônica Moura, em 2011, ela precisava receber cerca de US$ 4 milhões devidos pela campanha de Chávez. Ele teria sido orientada por uma pessoa não identificada a procurar Fernando Migliaccio para resolver os pagamentos relativos da Odebrecht. Segundo as investigações da Lava Jato, Migliaccio é o operador de propinas da Odebrecht no exterior.

Campanha em Angola

A publicitária afirmou aos policiais que os pagamentos feitos por Zwi Skornicki, apontado pela Lava Jato como um dos operadores de propina, foram relativos a serviços prestados na campanha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.

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De acordo com Mônica Moura, o casal recebeu cerca de US$ 50 milhões para fazer a campanha. Desses, US$ 30 milhões foram por meio da empresa Polis Brasil e outros US$ 20 milhões através de um “contrato de gaveta”.

A publicitária afirmou que estava tentando regularizar a situação financeira dela no exterior desde 2014, mas que aguardava a promulgação da lei da repatriação para declarar os depósitos na Suíça. A mulher de João Santana admitiu que encaminhou o bilhete encontrado pela Polícia Federal na casa do Zwi Skornicki. Ela admitiu ainda que recebeu dinheiro para campanha no Panamá através de uma offshore, mas disse não se recordar dos valores e nem da conta.

A defesa de Mônica Moura disse ela e o publicitário João Santana vão autorizar as autoridades brasileiras a terem acesso aos extratos das offshores do casal no exterior.

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