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A Organização Não Governamental (ONG) Rio de Paz e o Movimento 31 de Julho Contra a Corrupção e a Impunidade criaram uma petição na internet contra a candidatura de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado. Na avaliação dos grupos, a volta do senador ao cargo "é um tapa na cara da sociedade brasileira".

"A articulação para a volta de Renan Calheiros à presidência do Senado é um tapa na cara da sociedade brasileira e mais um passo das lideranças políticas que hoje controlam o Congresso Nacional para a desmoralização do Parlamento", diz a petição, criada na quinta-feira (24).

Renan não declara oficialmente que é candidato, mas trabalha nos bastidores para ser eleito no dia 1º de fevereiro para mais um mandato de dois anos na presidência do Casa. Até agora, o único adversário de Renan é o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) - mas a oposição e o grupo de "independentes" articula a candidatura de Pedro Taques (PDT-MT) ou outro peemedebista num contraponto a Renan.

"Graves denúncias pesam sobre a vida política de Renan e é inaceitável que ele retome um dos mais altos postos da República antes que tudo seja esclarecido. O Senado não pode continuar sendo dirigido por representantes de oligarquias políticas atrasadas e cruéis, que se apropriam em benefício próprio da riqueza do país e do fruto do trabalho do povo", diz a petição on-line.

A intenção do grupo é influenciar na votação no Senado. Até as 15h41 desta sexta-feira (25), a página registrava 5.154 assinaturas eletrônicas.

Investigação

Há um inquérito aberto há cinco anos e meio para investigar o senador por supostamente ter apresentado notas fiscais frias. A investigação está parada há quase dois anos na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Por isso, a Procuradoria nem apresentou denúncia nem arquivou o caso, que surgiu na esteira de suspeitas levantadas contra o Renan em 2007. O inquérito corre em segredo de Justiça. Se confirmar o favoritismo, Renan voltará para o cargo que teve de deixar em dezembro de 2007, num acordo para preservar seu mandato.

Naquele ano, o senador enfrentou suspeitas de que contas da jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha, eram pagas por um lobista da empresa Mendes Júnior. À época, Renan negou e apresentou notas referentes à venda de bois para provar que tinha renda para os pagamentos.

Um laudo do Polícia Federal (PF), contudo, apontou que as notas fiscais não comprovavam a capacidade financeira do senador para arcar com a pensão - na época, de R$ 12 mil mensais à Mônica.

Dizia ainda que não havia comprovação das operações de venda de gado e apontou incongruência entre a quantidade de vacinas contra febre aftosa adquiridas e o número de bois declarados.

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