“Parece que vivemos em um ambiente de labirinto.” Essa é a análise de Carlos Melo, cientista político do Insper, sobre a situação do país. Para ele, a responsabilidade pelo prolongamento da crise política, sem qualquer sinal de desfecho, deve ser dividida entre governo e oposição.
“A única saída é pactuar algum tipo de agenda política, que interfira na economia, criando um ciclo virtuoso. E, para isso ocorrer, duas coisas são necessárias: tem que ter liderança e tem que ter agenda. Ninguém tem nada disso hoje, nem base, nem oposição”, diz ele.
Fim do recesso legislativo indica que crise política está longe de acabar
Leia a matéria completaO cientista político acredita que a questão do impeachment contra a presidente Dilma se transformou “em algo secundário”. “Supondo que a oposição consiga tirar a presidente Dilma, com qual agenda eles vão assumir o país? Com quais forças políticas? O impeachment não tira do cenário os sindicatos, os movimentos sociais. Nada disso desaparece. O governo federal tem responsabilidade em apresentar uma agenda, mas a responsabilidade por buscar alternativas a essa agenda do governo federal é da oposição”, afirma ele.
Além de apontar falta de “qualidade” e de “experiência” da classe política do país, o cientista político do Insper observa que o movimento de fragmentação das forças políticas também interfere na construção de uma agenda sólida. “O PT tem se fragmentado. A oposição hoje não é única, são ‘as oposições’. O PSDB também tem se formado em vários grupos”, diz Carlos Melo.
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