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Silas Malafaia é suspeito de usar contas de instituição para ocultar dinheiro de corrupção. | Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Silas Malafaia é suspeito de usar contas de instituição para ocultar dinheiro de corrupção.| Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

A Polícia Federal realiza nesta sexta-feira (16) ações em 11 estados e no Distrito Federal. Os policiais fazem buscas e apreensões em 52 diferentes endereços relacionados com uma organização criminosa investigada por um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.

Entre os investigados está o pastor Silas Malafaia, que foi levado coercitivamente para prestar depoimento. Ele é suspeito de usar contas da instituição dele para ocultar dinheiro do esquema.

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De acordo com nota da PF, além das buscas, os 300 policiais federais envolvidos na Operação Timóteo também cumprem, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões.

O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.

As provas recolhidas pelas equipes policiais devem detalhar como funcionava um esquema no qual um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral.

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De acordo com a Polícia Federal, o esquema se dividia em ao menos quatro grandes núcleos: o núcleo captador, formado por um diretor do DNPM e sua mulher, realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema; e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.

A Operação Timóteo começou ainda em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.

As ações da PF acontecem nas seguintes unidades da federação: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição”.

Outro lado

O pastor Silas Malafaia afirmou, em seu Twitter, nesta sexta-feira (16), que está em São Paulo e vai se apresentar.

O pastor disse estar indignado. “Nesta manhã fui acordado por um telefonema de que a Polícia Federal esteve na minha casa. Estou em São Paulo e vou me apresentar”, escreveu em sua conta pessoal.

Mafalaia está em São Paulo, onde inaugurou uma igreja no último fim de semana, segundo informou a área de comunicação da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que preside. O pastor não esclareceu se vai se apresentar em São Paulo ou no Rio.

O pastor afirmou no Twitter que recebeu “uma oferta de R$ 100 mil, de um membro da Igreja do meu amigo pastor Michael Abud”. “Não sei e não conheço o que ele faz. Tanto é que o cheque foi depositado em conta. Por causa disso sou ladrão? Sou corrupto? Recebo ofertas de inúmeras pessoas”, anotou Malafaia.

O pastor prosseguiu. “E declaro no Imposto de Renda tudo o que recebo. Quer dizer que se alguém for bandido e me der uma oferta, sem eu saber a origem, sou bandido?”, questionou Malafaia. “É a tentativa para me desmoralizar na opinião pública. Não poderia ter sido convidado para depor? Vergonhoso. Recebi um cheque de um advogado, como recebo, inúmeros ofertas e as declaro no IR. Sou responsável pela bandidagem de outros? Estou indignado”, escreveu.

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