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Universidade ligada  ao Ciap: policiais federais apreenderam  documentos no local | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Universidade ligada ao Ciap: policiais federais apreenderam documentos no local| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

A Polícia Federal (PF) indiciou 14 pessoas por suposto envolvimento em um esquema milionário de desvio de recursos federais a partir do Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) com sede em Londrina. A PF entregou ontem à Justiça Federal o relatório conclusivo da Operação Parceria, realizada no início de maio. A operação resultou na prisão de 12 pessoas, entre elas o coordenador do Ciap, Dinocarme Aparecido Lima. Duas pessoas continuam foragidas.Segundo a PF, cerca de R$ 300 milhões foram desviados pelo grupo nos últimos cinco anos – R$ 10 milhões somente em Londrina, onde seis foram presos. No mesmo período, a entidade teria faturado R$ 1 bilhão. Con­­tinuam detidos na PF em Curitiba o empresário Dino­­carme Lima, o contador e o auxiliar financeiro. O advogado do grupo, Fernando Mesquita, que estava preso, foi solto por recomendação médica e só depois de pagar fiança de R$ 300 mil.

De acordo com o delegado da Polícia Federal Evaristo Kuceki, durante o período de investigação foram ouvidas aproximadamente 20 pessoas, entre detidos e testemunhas. Também foi coletado "farto volume documental" que comprovaria o esquema de desvio de recursos. Sem entrar em detalhes do conteúdo do relatório, pois o caso está sob segredo de Justiça, o delegado ressaltou que o principal objetivo nesta fase foi "cristalizar a responsabilidade da cúpula do Ciap". "Alguns documentos comprovam que foram abertas empresas exclusivamente para a emissão de notas fiscais. Tam­­­bém aparecem prestações de contas de contratos com a utilização de notas frias", explicou.

O esquema

A PF diz que, para desviar os recursos para pessoas e empresas do grupo, o Ciap valia-se do fato de ser uma Oscip – modalidade jurídica exigida para que associações civis estabeleçam contratos com o poder público, conhecidos como "termos de parceria". Segundo as investigações, o Ciap se tornou uma Oscip com o propósito único de se apropriar ilegalmente de verbas recebidas por meio das parcerias com as administrações públicas.

De acordo com a Receita Fe­­deral, aproximadamente 30% dos recursos recebidos pelo Ciap eram transferidos para uma conta bancária específica da entidade, sob a justificativa de que a verba era para cobrir despesas administrativas. A polícia calcula que a entidade tenha recebido mais de R$ 1 bilhão em verbas em cinco anos.

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